Segundo estudo, fuga da cepa em relação aos anticorpos é maior do que a relatada em variantes anteriores

Um estudo realizado por cientistas sul africanos mostrou que pessoas vacinadas contra a covid-19 e que já foram previamente infectadas pela doença apresentam níveis mais elevados de anticorpos contra a variante Ômicron. A descoberta, segundo os pesquisadores, pode auxiliar na produção de vacinas mais eficazes contra a cepa.

“A infecção anterior, seguida de vacinação ou reforço, provavelmente aumentará o nível de neutralização e irá assegurar a proteção contra doenças graves na infecção pela Ômicron”, afirmam os cientistas. Para chegar aos resultados, foram cultivadas amostras vivas da variante e realizados vários experimentos laboratoriais para ver como a Ômicron é afetada pelos anticorpos. Amostras de sangue foram colhidas de 12 pessoas já imunizadas contra a covid-19. Entre elas, seis também já haviam testado positivo para a doença.

A pesquisa mostrou ainda que há uma queda muito grande na neutralização da variante pela imunização com a vacina da Pfizer. A conclusão, no entanto, já era esperada pelos cientistas, uma vez que a Ômicron é composta por diversas mutações. “A fuga do Ômicron da neutralização [da vacina da Pfizer] está incompleta. Contudo, os anticorpos produzidos pela infecção anterior da doença e a vacinação ainda conseguem neutralizá-la”, afirmou Alex Sigal, um dos autores do estudo.

A avaliação é a primeira a mostrar como o Ômicron se compara às variantes anteriores, como Beta e Delta, em igualdade de condições. Segundo os dados preliminares, os anticorpos em amostras de sangue são 41 vezes menos eficazes para o Ômicron do que para as cepas descobertas em 2020, ou seja, há uma fuga bem mais extensa da nova cepa em relação à proteção das vacinas. Os estudos ainda continuam.

SBT NEWS

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