Pesquisa da consultoria PwC e Instituto Locomotiva aponta desigualdade que afeta da educação a serviços

Um jovem de classe média que está sempre conectado. Essa pode ser a imagem de quem utiliza a internet atualmente, mas, ao menos no Brasil, o cenário é outro: apenas 20% da população têm acesso a uma rede de qualidade. O perfil de conectividade contrasta ainda mais se comparado com os 81% dos brasileiros que utilizam a internet. O principal motivo é a desigualdade de renda.

Esse “Abismo Digital” é apontado em pesquisa do mesmo nome, feita pela consultoria PwC em parceria com o Instituto Locomotiva. O levantamento também mostra que 33,9 milhões de brasileiros estão desconectados — grupo composto por pessoas de baixa renda, não alfabetizados, idosos e homens.

A pesquisa ainda destaca que quase 87 milhões de pessoas estão on-line, mas não conseguem se conectar todos os dias. Além da diferença de renda, o estudo aponta que brancos têm mais acesso que negros. Entre os problemas da falta de conectividade estão impactos educacionais, diferenças na preparação ao mercado de trabalho e até no acesso a serviços.

Legenda aqui | Reprodução/SBT

A pesquisa também aponta que a crise sanitária evidenciou abismo digital entre ensino público e privado. Cerca de 6 milhões de estudantes — da pré-escola à pós-graduação — não conseguem fazer aulas remotas por falta de acesso. Praticamente todos estão no ensino fundamental público.

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles destaca que a dificuldade de acesso apresentada pelo instituto tende a perpetuar as desigualdades sociais do Brasil. “O abismo digital tem rosto. Ele é negro, pobre e mais velho. Por isso, precisamos que políticas públicas sejam promovidas para mudar essa realidade e reduzir a desigualdade”, diz.

Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil, por sua vez, aponta que a falta de acesso interfere em oportunidades de emprego atreladas à tecnologia. “Nos deixa para trás em relação ao mundo, afetando nossa economia com a atração de menos investimentos por causa dessa falta de mão de obra qualificada. É preciso mudar essa realidade urgentemente para garantir tanto uma economia mais robusta como uma população mais bem preparada para o mercado de trabalho dos próximos anos”, declara.

 

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