Os dois réus que tentaram matar o promotor Marcus Vinícius foram condenados na madrugada desta quinta-feira, 30. Pai e filho foram sentenciados em 9 anos e quatro meses em regime fechado, a dupla já cumpriu um quinto da pena.
O julgamento foi no Salão do Juri do Fórum Abelardo Penna, em Uberlândia e durou, aproximadamente, 16 horas. Durante o juri, houve momentos de tensão entre promotoria e defesa. Réplicas e tréplicas em discussões acaloradas e sempre voltadas para os depoimentos e peças do inquérito. Ao todo foram analisadas 500 páginas do processo.
A sessão foi presidida pelo juiz Dimas de Paula, e por parte da promotoria no papel da acusação foi Luciana Teixeira Rezende. No total, sete pessoas da comunidade, compõem o Conselho de Sentença que tem o papel fundamental de decidir o destino do réu. Durante toda tarde e noite, três testemunhas de acusação e quatro de defesa foram ouvidas.
Julianno Aparecido de Oliveira e Valdelei José de Oliveira foram condenados por tentativa de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. O crime aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2015, em Monte Carmelo.
Julianno é acusado de disparar 15 vezes contra o veículo do promotor Marcus Vinicius. O crime, segundo os autos, foi a mando do pai Valdelei, que foi ex presidente da Câmara Municipal de Monte Carmelo. Três disparos acertaram as costas da vítima que chegou a ser internado na UTI.
Um dos advogados de defesa conversou com a equipe de reportagem da TV Vitoriosa e não descarta a possibilidade de recorrer da sentença. “Nós não aceitamos a condenação nos termos que foi colocado, vou conversar com os familiares e vamos recorrer“, disse.
A promotora Luciana Teixeira não concordou com a sentença e pretende recorrer para pedir um novo julgamento. “Esperava uma pena maior, temos cinco dias para recorrer e vamos apresentar um recurso com relação a pena estipulada”, afirmou.
A tentativa de matar o promotor, teria começado depois que Valdelei passou a ser investigado na Operação “Feliz Ano Novo”, deflagrada pelo Ministério Público Estadual. O objetivo era apurar possíveis irregularidades com o dinheiro público do município.
Valdelei saiu do Fórum, já dentro da viatura policial, ele mandou um recado para a família: ” Não esquenta não, tudo bem”. O ex presidente do Legislativo, voltou para o presídio de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O filho, Julianno, segundo os advogados, retornou para a penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
https://www.youtube.com/watch?v=i1RImobqlmU
https://www.youtube.com/watch?v=4Ar8fzgCu2o
Repórter no local: Bruno Rocha