Com a volta às aulas, além de desejar bom retorno aos estudantes veteranos e boas-vindas aos ingressantes, a UFU faz um alerta: o trote é proibido na instituição. As manifestações de ofensas físicas ou morais aos novos alunos nos campi da universidade são punidas conforme resolução do Conselho Universitário (Consun), em vigor desde 1993.
Segundo a psicóloga Michele Falco, integrante da Comissão Permanente de Recepção aos Ingressantes, o trote pode ter, como consequência, desde a humilhação verbal a situações que geram problemas graves de saúde ao estudante.“É difícil a gente graduar esse prejuízo porque isso é muito singular”, afirma. As punições para os infratores podem ser a suspensão ou o desligamento da universidade.
Mas o que leva um aluno a ter prazer em humilhar um colega? É a reprodução, sem reflexão, de uma prática que as universidades tentam coibir. “Não é porque você teve a cabeça raspada que você vai ter que fazer com o outro igualmente”, questiona Falco.
O desejo do aluno veterano de se sentir superior ao ingressante é outro fator, apontado pela psicóloga, que precisa passar por uma visão crítica. “A pessoa conquistou esse lugar. Ela não tem que ser diminuída. Ela está aqui por uma realização dela, por uma conquista”, salienta.
Como alternativa, estudantes com apoio das coordenações dos cursos, de diretórios acadêmicos ou de programas de educação tutorial (PETs) promovem campanhas voluntárias de cunho social, como as de arrecadação de alimentos ou de doação de sangue.
“Propomos que o trote seja transformado em ações que beneficiem a comunidade interna e externa da universidade”, afirma o pró-reitor de graduação, Armindo Quillici Neto. “Que os estudantes busquem a criatividade como princípio de superação dos atos violentos”, aconselha.
Comunica UFU