Brasileiros tiveram que cortar gastos com lazer, planos de saúde e até comida

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que um a cada quatro brasileiros não consegue pagar todas as contas do mês. Outros 44% conseguem quitar as despesas, mas o que sobra do orçamento é pouco ou quase nada. O estudo foi divulgado nesta 2ª feira (8.ago), e também revela que 16% dos entrevistados tiveram que vender algum bem para colocar as contas em dia.

Entre os mais apertados, 19% deixam as dívidas de um mês para o outro, 3% recorrem a empréstimos e 2% utilizam o limite do cheque especial. Os boletos de água e de luz já deixaram de ser pagos por 34% dos entrevistados e 19% não conseguiram arcar com o plano de saúde.

A amostra também revela que 69% dos brasileiros não conseguem guardar dinheiro e para conseguir aliviar o peso no orçamento, tiveram que abrir mão de gastos com lazer e itens de uso pessoal, como roupas e calçados. Segundo o levantamento, 45% dos entrevistados deixaram de comer fora de casa, 43% diminuíram gastos com transporte público e 40% tiveram que fazer cortes no supermercado.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o cenário foi agravado por um conjunto de fatores. “A pandemia de Covid-19 e uma série de outros desafios, como a guerra na Ucrânia, comprometeram a recuperação da economia e a retomada do crescimento no Brasil. A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos”, afirma.

Otimismo

Embora o difícil momento para parcela considerável da população, o brasileiro mantém-se otimista e, para 56% dos entrevistados, até dezembro a situação econômica pessoal será melhor ou muito melhor. Os mais esperançosos são os jovens, com idade de 16 a 24 anos. Para 67% desse grupo, as coisas estarão um pouco ou muito melhores nos próximos meses.

O presidente da Confederação explica que é possível enxergar uma luz no fim do túnel. “Ao menos, estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento do rendimento da população – o que nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando”, completa.

Para realização da pesquisa foram entrevistadas 2.008 pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal, entre os dias 23 e 26 de julho.

 

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