TCU já havia alertado para o risco de desabastecimento em março

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda (15.mai), a compra emergencial de um tipo de insulina de ação rápida. Em março, Tribunal de Contas da União já havia alertado para o risco de desabastecimento.

Com apenas 7 anos, Iago Scrini já lida bem com o tratamento para a diabetes tipo 1. A insulina de ação rápida passa da caneta para uma bomba de infusão, que controla em tempo real os níveis de açúcar do menino. A mãe dele, Monalise Scrini, técnica de enfermagem, conseguiu o aparelho na Justiça e recebe a insulina todo mês pelo SUS em Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre. Contudo, resta agora uma última caneta: “não tem mais, eu liguei para lá hoje, quando vi esse alerta, eu já corri na frente. Eles não têm previsão de quando e daí me bate desespero”.

No país todo são mais de 67 mil pacientes que, assim como Iago, precisam da insulina rápida diariamente. Em março, uma auditoria do TCU alertou para o alto risco de desabastecimento a partir de maio no país. Os estoques eram insuficientes e havia dificuldade de aquisição no mercado internacional.

 

O Ministério da Saúde anunciou que assinou um contrato emergencial de 1,3 milhão de unidades de insulina rápida. O lote deve ser entregue em julho, mas o governo tenta antecipar o prazo. Até lá, autorizou o ressarcimento aos estados que fizerem compras diretas. Outra medida é o remanejamento de estoque entre as secretarias estaduais. É o caso do Rio Grande do Sul, que recebeu 5 mil frascos do Amazonas e fez a compra direta de outras 26 mil unidades. A distribuição aos municípios do interior gaúcho começou também nesta 2ª feira.