Nilla Fischer e suas colegas de equipe foram obrigadas a se submeter a exames invasivos para comprovar identidade de gênero

Uma revelação chocante abalou o mundo do futebol feminino às vésperas da Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia. Nilla Fischer, uma das principais jogadoras da seleção sueca, lançou recentemente uma biografia que expõe um capítulo controverso e perturbador da sua carreira esportiva. No livro intitulado “Eu Nem Disse Metade Disso”, a ex-zagueira detalha um evento humilhante que ocorreu durante o Mundial de 2011, na Alemanha.

Segundo Nilla Fischer, ela e suas colegas de equipe foram obrigadas a se submeter a exames invasivos para comprovar sua identidade de gênero. As jogadoras tiveram que mostrar suas genitálias a um médico da equipe, a fim de provar que eram mulheres. Esses “exames” foram conduzidos por uma fisioterapeuta em nome do médico da equipe.

No relato impactante presente na biografia, Fischer expressou sua indignação com a situação. Ela questionou por que medidas tão invasivas eram necessárias, considerando que outros tipos de testes, como os baseados em DNA, poderiam ser utilizados para determinar o gênero das jogadoras.

“Fomos informados de que não deveríamos raspar ‘lá embaixo’ nos próximos dias e que mostraríamos nossa genitália ao médico”, relatou Fischer. “Pensamos: ‘Por que somos forçados a fazer isso agora? Deve haver outras maneiras de provar nosso gênero? Devemos recusar?’ Mas, ao mesmo tempo, ninguém queria arriscar a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo. Tivemos que fazer, não importando o quão doente e humilhante parecesse”, acrescentou.

A ex-jogadora também revelou que, na época, não ficou claro o motivo exato pelo qual as jogadoras foram submetidas a esse procedimento, em vez de serem submetidas a testes mais modernos e menos invasivos, como os baseados em análises de DNA.

Essa prática controversa foi realizada após alegações feitas pelas seleções da Nigéria, África do Sul e Gana, de que a seleção da Guiné Equatorial estava incluindo jogadores do sexo masculino em sua equipe. Segundo o jornal NY Post, Mats Borjesson, médico da seleção sueca em 2011, afirmou que a Fifa exigiu a realização desses exames.