Uso excessivo do dispositivo distrai os alunos e acaba resultando na redução do desempenho educacional
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) recomendou, nesta quarta (26.jul), que as escolas proíbam o uso de celulares em salas de aula para melhorar a aprendizagem. A orientação faz parte do Relatório Global de Monitoramento da Educação, que avaliou o impacto da tecnologia nos estudos.
Segundo a Unesco, quase dois em cada três professores concordam que o uso excessivo de celulares em salas de aula distrai os alunos, resultando na redução do desempenho educacional. O mesmo acontece quando outros dispositivos, como computadores e tablets, são utilizados para pesquisas na ausência de um professor qualificado.
“Precisamos aprender nossos erros do passado ao usar a tecnologia na educação para que não os repitamos no futuro. Precisamos ensinar as crianças a conviver com e sem tecnologia; tirar o que precisa da abundância de informações, mas ignorar o que não é necessário; deixar que a tecnologia apoie, mas nunca ofusque as interações humanas no ensino e na aprendizagem”, avalia Manos Antoninis, diretor do relatório.
Desigualdade de aprendizagem
A Unesco ressalta ainda que a desigualdade no acesso à tecnologia agrava a desigualdade no acesso à educação, um ponto que se tornou evidente durante o fechamento das escolas durante a pandemia da covid-19. De acordo com a entidade, a digitalização da educação apresenta o risco de beneficiar estudantes já privilegiados e marginalizar ainda mais outros.
Além disso, a Unesco aponta que a tecnologia está se desenvolvendo tão rápido que os educadores estão precisando correr contra o tempo para fundamentar decisões sobre legislação, políticas e regulamentação. O uso do serviço nas aulas também pede o treinamento apropriado de professores, o que ainda é um desafio para muitos países.