Espécie foi desenvolvida no Brasil e é mais resistente às praga

Uma nova variedade de morango, desenvolvida no Brasil, pode ajudar a reduzir o preço da fruta, que foi a vilã da inflação no ano passado.

A espécie, batizada de “fênix”, é mais resistente às pragas, e é aguardada com ansiedade pelo produtor para substituir as mudas importadas, cotadas em dólar.

Embora muito apreciada, a fruta não está tão popular na mesa do brasileiro, principalmente pelo preço, que subiu 75% no ano passado e liderou as altas do IPCA, a inflação oficial.

Fatores climáticos, custos de mão de obra, fertilizantes e as mudas, a maioria importas, pesaram no custo de produção.

“Nos últimos anos, ao redor de 70 milhões de mudas foram importadas de viveiros da Patagônia ou mesmo europeus. A muda é um componente bastante importante, ela responde por 20, 25% do custo de produção”, afirma Luís Eduardo Corrêa Antunes, pesquisador da Embrapa,

Reduzir a dependência de mudas importadas é uma das apostas dos produtores para baratear o preço da fruta e aumentar os ganhos, desafio que, na safra deste ano, passará a ser enfrentado com a ajuda de uma nova variedade de morango, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa.

Batizada de fênix, a variedade é resultado de 8 anos de pesquisas em melhoria genética.

“É um morango com a cara do Brasil, adaptada às condições brasileiras. A fênix é um morango doce, um morango firme, que aguenta viajar, ele aguenta o pós-colheita, e quando o consumidor compra ele pode ter na geladeira um período maior de consumo, não estraga fácil”, diz o pesquisador.

Segundo a Embrapa, ainda é cedo para avaliar a redução dos preços com a chegada da fênix, mas o interesse pela variedade é enorme. A prefeitura de Atibaia, a 70 quilômetros de São Paulo, fechou parceria para produzir 300 mil mudas da nova variedade em viveiros do município, que ainda ostenta o título de capital do morango.

“Atibaia tem a maior produção de mudas de fênix do Brasil. Essas mudas serão entregues a produtores locais. A gente espera que ela entregue entre 600, 700 gramas por pé”, afirma Gabriel Sola, secretário de agricultura de Atibaia.

SBT News