Walter Vieira, é médico ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo no Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta segunda-feira (14), Walter Vieira, ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo, no caso dos transplantes de órgãos infectados pelo HIV, no Rio de Janeiro. Ele é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP). O caso aconteceu na última sexta-feira (11).
Em um caso inédito no Brasil, seis pacientes transplantados no Rio de Janeiro receberam órgãos contaminados com o vírus do HIV. O responsável pela testagem do doador foi o PCS Laboratórios, empresa privada em Nova Iguaçu. A empresa foi interditada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Operação Verum, acontece para tentar prender 4 pessoas no caso dos transplantes de órgãos. Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) saíram também para cumprir 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A sede do PCS teve de ser arrombada pelos policiais.
A polícia investiga ainda, se o PCS Lab Saleme falsificou laudos em outros casos além dos transplantes. Os envolvidos são investigados por crime contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.
“Determinei imediatamente a instauração do inquérito, atendendo a determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, disse o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi.
MPRJ recomenda que Hemorio fique responsável pelos exames para transplantes na rede do RJ
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital, recomendou que a Secretaria de Saúde do RJ e a Fundação Saúde utilizem apenas o Hemorio para analisar amostras de sangue referentes à Central Estadual de Transplantes (CET).
O objetivo do MP é evitar novas contaminações de pacientes que realizarem transplantes na rede estadual de saúde. Segundo o MPRJ, caso exista alguma incapacidade física instalada no Hemorio para a realização dos exames, os órgãos de saúde deverão avaliar a situação e, se for necessário, realizar uma contratação através do processo de licitação.
A recomendação enviada para a Secretaria de Saúde do RJ e para a Fundação Saúde é assinada pela promotora Cristiana Cavalcante Benites.
Itatiaia