O Al Hilal é a ponta do projeto bilionário que coloca o país no centro das atenções do Mundial de Clubes
Por: João Victor Constantino| Pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, O Al Hilal venceu o Manchester City pelo placar de três a dois. Além do espetáculo da equipe da equipe de Simone Inzaghi dentro de campo, as atenções ficaram fora dele. Quinta maior folha salarial dessa copa, o Al Hilal é o maior campeão saudita com 14 títulos e conta com um elenco repleto de craques e um treinador primeira categoria. Muitos questionamentos giram em torno da evolução não só do clube, mas do futebol local como um todo, que deixou de ser coadjuvante e se tornou uma das maiores forças do esporte na Ásia.
O mais alto patamar do futebol saudita começou como Liga de Sua Majestade em 1956, que durou até 1974, quando foi sucedida por uma única temporada de transição conhecida como Liga de Categorização Saudita de 1974–75 . Depois disso, a primeira temporada oficial da Premier League Saudita foi a temporada de 1976–77. Em 2008, uma nova mudança, o torneio voltou a um sistema de pontos corridos e foi renomeada como Saudi Pro League, nome que perdura até hoje. Ainda no mesmo ano, todas as equipes se profissionalizaram.
Em 2023, houve a grande revolução, quando oito clubes foram adquiridos, transformando-se em empresas e sendo adquiridos por investidores. Quatro desses são os mais populares de todo país, Al Hilal, Al Nassr, Al Ittihad e Al Ahli, e 75% de seus ativos transferidos ao PIF (o fundo soberano da Arábia Saudita), enquanto os outros quatro, de divisões abaixo da primeira divisão, ficaram com outras companhias estatais.
O projeto visa justamente reduzir a responsabilidade financeira sobre esses clubes. Com a intenção de uma revenda futura das equipes, hoje controladas pelo PIF para outros investidores, preferencialmente empresas estrangeiras. O Ministério do Esporte tem a expectativa de que aconteça uma segunda leva de privatizações, envolvendo 14 times, já com participação internacional.
Os altos valores de transferências e salários oferecidos atraíram grandes estrelas, como Benzema, Sadio Mané, Kanté, Roberto Firmino, Henderson, Bono, Riyad Mahrez, Milinković-Savić e o grande ícone desta nova era do futebol no país, Cristiano Ronaldo. O português que teve seu contrato renovado e continua ainda no topo do ranking dos atletas mais bem pagos do mundo. O Al Hilal já contou com Neymar, entretanto, o baixo rendimento do craque no clube incomodou o até então técnico Jorge Jesus. O time por sua vez, decidiu não renovar com o jogador.
Agora o Al Hilal, liderados por Koulibaly, Marcos Leonardo, Renan Lodi, Malcom e Milinković-Savić enfrenta o fluminense pelas quartas de finais do mundial, nesta sexta-feira (4).