Brasil registra 59,2% de crianças alfabetizadas em 2024, mas índice fica abaixo da meta nacional de 60% estabelecida pelo MEC.
O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta sexta-feira (11) que o país não conseguiu alcançar a meta nacional de alfabetização estabelecida para o ano de 2024. De acordo com os dados, 59,2% das crianças brasileiras sabiam ler e escrever no ano passado. Embora esse percentual represente um avanço em relação a 2023, quando o índice era de 56%, ele ainda ficou abaixo da meta estipulada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que era de 60%.
Ao todo, onze estados conseguiram atingir os objetivos de alfabetização definidos para 2024. Entre eles estão Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Ceará e Espírito Santo. Por outro lado, unidades da federação como Amazonas, Bahia, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram desempenho inferior ao do ano anterior.
Um dos fatores apontados pelo MEC como responsáveis pelo resultado foi a tragédia climática no Rio Grande do Sul. As fortes chuvas e enchentes que atingiram o estado em maio de 2024 impactaram severamente a rede de ensino. A taxa de alfabetização gaúcha caiu de 63,4% em 2023 para 44,7% em 2024. “Foi um momento muito fora do comum, em que as crianças ficaram sem condições de frequentar a escola. Agora, é preciso reconstruir e retomar os níveis anteriores”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana.
Meta para 2030 e investimentos
O Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, lançado em 2023, tem como objetivo garantir que todas as crianças brasileiras aprendam a ler e escrever na idade correta. A meta para 2030 é que, ao final do segundo ano do ensino fundamental, ao menos 80% dos alunos estejam alfabetizados em todos os estados e municípios do país.
Até o momento, o programa já recebeu investimentos de R$ 1,4 bilhão, aplicados em ações voltadas à formação de professores, melhoria da gestão educacional, infraestrutura escolar, saúde mental e avaliação de desempenho. De acordo com Camilo Santana, outros R$ 800 milhões devem ser injetados no programa ainda em 2025.
Segundo o ministro, todos os estados e quase a totalidade dos municípios brasileiros aderiram à iniciativa. “A educação deve estar acima de qualquer disputa política ou ideológica”, afirmou.