Ação da Polícia Federal, Receita Federal e Procon também investiga movimentação de R$ 7 milhões sem declaração de renda

Na tarde desta segunda-feira (11), duas lojas localizadas no Centro e no bairro Lídice, em Uberlândia, foram alvo da Operação Fidúcia, que resultou na apreensão de mais de R$ 2 milhões em roupas, calçados e outros produtos falsificados. A ação foi conduzida pela Polícia Federal (PF), Receita Federal e Procon.

Segundo as investigações, os estabelecimentos movimentaram mais de R$ 7 milhões ao longo de 2024 sem registrar qualquer declaração de rendimentos no período. Para a PF, essa discrepância reforça suspeitas de ocultação de patrimônio e sonegação fiscal.

Segundo a Polícia Federal, os responsáveis já atuaram na região do Brás, em São Paulo, conhecida pelo comércio ilegal de mercadorias, e que, após encerrarem as atividades na capital paulista, transferiram a operação para Uberlândia. Há ainda indícios da existência de uma terceira loja ligada ao grupo.

A Operação Fidúcia tem como objetivo combater a venda de produtos falsificados, a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro no comércio. Durante a ação, foram apreendidas centenas de itens irregulares, documentos e celulares. Representantes legais das marcas acompanhadas participaram da vistoria.

Após os trâmites legais, como lavratura de auto de infração e intimação dos proprietários, os produtos serão declarados perdidos em favor da União. Eles passarão por um processo de descaracterização, com a retirada das marcas, antes de serem doados a instituições beneficentes.

A fase investigativa apontou que o grupo utilizava empresas distintas para fragmentar operações e ocultar movimentações financeiras. Também foi identificada divergência entre a estrutura declarada e a real capacidade operacional.

Além de prejuízos tributários, o comércio irregular provoca concorrência desleal, oferece produtos de qualidade inferior aos consumidores e pode servir de canal para lavagem de dinheiro ligada a outros crimes.

O nome da operação, “Fidúcia” — que significa “confiança” em latim — remete à necessidade de restaurar a credibilidade do comércio legal e o respeito às obrigações fiscais.

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