Mesmo após ser enterrado em uma cova rasa e ser dado como morto pelos seus agressores, um jovem de 18 anos conseguiu cavar, se libertar e conseguir socorro. Essa história, digna de um roteiro de novela, aconteceu em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 26 de julho deste ano. Mas Samuel Júnio Alves de Oliveira só conseguiu dizer seu nome e achar sua família um mês depois. Foi quando os suspeitos do sequestro e da tentativa de homicídio foram identificados. Os jovens de 24 e 28 anos estão detidos e serão indiciados por sequestro e tentativa de homicídio.

O rapaz foi agredido com pauladas pela dupla e ainda levou dois tiros antes de ser enterrado pelos suspeitos. Conforme o delegado Wilson Luiz de Oliveira, a dupla preparou uma emboscada para o jovem, que teria roubado 400 gramas de maconha dos traficantes dias antes. “Ele nos contou que o chamaram para fumar maconha e depois o colocaram no porta-malas de um Opala. Eles (familiares) tinham certeza que ele havia morrido”, contou o delegado.

O caso só foi esclarecido quando a vítima acordou do coma, no pronto-socorro do Hospital João XXIII e se identificou. “Tenho certeza que foi um milagre”, disse a mãe, que pediu anonimato.

Após cavar e sair da cova, Oliveira conseguiu chegar até uma rodovia, onde foi socorrido por um casal que mora nas redondezas. Devido aos ferimentos, até a enfermeira da ambulância acreditou que ele não sobreviveria. “Eu nasci de novo, vou virar pastor. Nunca mais mexo com drogas”, afirmou a vítima. Ele ficou com paralisia no rosto, sequelas na vista, entre outros problemas.

Investigação

A Polícia Civil vai continuar as investigações. A vítima contou aos polícias que uma mulher identificada como Ana Maria da Silva é suspeita de participar das agressões. Ela deu uma pista errada para a polícia, possivelmente para encobrir o crime.

O pedido de prisão preventiva dela foi negada pelo juiz, conforme a Polícia Civil.

Por ALINE DINIZ – O Tempo

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