Foram 15 anos de espera. O grito de campeão nacional estava preso na garganta da torcida gremista desde 2001. Sob o comando do ídolo Renato Gaúcho, agora bicampeão da competição, o Grêmio se tornou o maior campeão da Copa do Brasil: o Imortal é penta!

A final diante do Atlético Mineiro entrou para a história como o primeiro título levantado na Arena do Grêmio, estádio inaugurado em 2012. A nova taça na galeria do Tricolor quebrou um longo jejum de títulos nacionais das equipes gaúchas.
Primeira fase: Aparecidense é a surpresa do ano

Nem toda equipe da Série A teve vida fácil na primeira fase da Copa do Brasil. O Santa Cruz, que venceu o Rio Branco-ES no jogo de ida por 1 a 0, teve que segurar um empate sem gols no Arruda para avançar no torneio.

O Flamengo chegou a ser derrotado no jogo de ida pelo Confiança, e não conseguiu eliminar a partida de volta. Em Volta Redonda (RJ), na partida de volta, o Rubro-Negro confirmou o favoritismo e venceu a equipe sergipana por 3 a 0.

O Atlético Paranaense empatou fora de casa em 1 a 1 com o Brasil-RS, que costuma complicar a vida dos adversários no Bento Freitas. O Furacão venceu por apenas 1 a 0 o segundo jogo, e garantiu a vaga na segunda fase no sufoco.

O Sport, que preferiu colocar os reservas na competição, caiu para a Aparecidense, depois de ter perdido os dois jogos da primeira fase. A Copa do Brasil não é para os fracos.

Segunda fase: Flamengo cai para o Leão do Pici

O resultado que surpreendeu a todos na segunda fase foi a queda de um bicampeão. O Flamengo ficou no caminho do Fortaleza, e foi derrotado nas duas partidas: 2 a 1 na Arena Castelão e no Raulino de Oliveira. Uma das grandes surpresas desta temporada.

Outro time da Série A que também saiu na segunda fase foi o Coritiba. O Coxa perdeu para o Juventude por 1 a 0 em Caxias do Sul (RS), e não conseguiu reverter o placar em casa. O time gaúcho segurou o empate em 2 a 2 e se classificou.

Terceira fase: Santa Cruz, Chape e Figueira eliminados

Os primeiros confrontos entre equipes da Série A aconteceram logo na terceira fase: Figueirense x Ponte Preta e Atlético-PR x Chapecoense. No primeiro confronto, quem levou a melhor foi a Macaca. Depois do empate sem gols em Florianópolis, o time de Campinas aplicou um 5 a 0 no Moisés Lucarelli.

No duelo entre paranaenses e catarinenses, o Furacão levou a melhor com o gol que Walter marcou na Arena Condá. O jogo de ida, na Arena da Baixada, terminou sem gols, portanto o empate em 1 a 1 em Chapecó (SC) deu a classificação ao Atlético-PR, pelo gol marcado fora de casa.

Oitavas: finalistas suam para avançar

Grêmio e Atlético Mineiro não tiveram caminho fácil até a final. As duas equipes entraram nas oitavas de final, e enfrentaram Atlético Paranaense e Ponte Preta, respectivamente. O Tricolor gaúcho venceu o Furacão fora de casa por 1 a 0, mas no jogo de volta, na Arena do Grêmio, perdeu pelo mesmo placar e a decisão ficou para os pênaltis. O Rubro-Negro perdeu inacreditáveis cinco cobranças, com Marcelo Grohe defendendo três delas: Grêmio classificado.

O Atlético Mineiro também viveu seu drama. Depois de empatar no Mineirão por 1 a 1 no jogo de ida, a decisão da vaga ficou para o Moisés Lucarelli, em Campinas (SP). A Ponte há três meses não sabia o que era sequer empatar em casa. Um desafio e tanto para o Galo. Roger e Felipe Azevedo fizeram 2 a 0 para a Macaca, e Lucas Pratto diminuiu para o Atlético-MG. Parecia que o time mineiro ficaria pelo caminho, mas Robinho, já nos últimos instantes, marcou o gol de empate que classificou a equipe mineira.

Quartas de final: São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas na disputa

A surpresa das quartas de final foi o Juventude, que eliminou Tocantinópolis-TO, Coritiba, Paysandu e São Paulo na trajetória até cair no caminho do Atlético-MG. Novamente o Galo não teve vida fácil, e a decisão foi para os pênaltis, depois de uma vitória por 1 a 0 para cada lado. E mais uma vez a torcida atleticana teve que reverenciar o goleiro “São Victor”, que defendeu duas cobranças e ajudou na classificação dos mineiros.

O Cruzeiro, que havia perdido para o Corinthians no jogo de ida por 2 a 1, virou o placar do confronto no Mineirão, ao vencer o Timão por 4 a 2, com dois gols do argentino Ramón Ábila. Diferente das oitavas de final, o Grêmio fez valer o fator casa, e derrotou o Palmeiras por 2 a 1 na ida. Bastou segurar o empate em 1 a 1 no Allianz Parque para garantir vaga entre os semifinalistas.

Semifinais: visitantes se dão bem

Jogar com a torcida a favor é sempre uma vantagem, mas não foi bem isso que aconteceu nas semifinais da Copa do Brasil. Nos jogos de ida, quem se deu bem foram os visitantes. No Mineirão, o Grêmio derrotou o Cruzeiro por 2 a 0 – gols de Luan e Douglas – e levou boa vantagem para Porto Alegre. No Beira-Rio, o Atlético Mineiro levou a melhor sobre o Internacional: 2 a 1, gols dos gringos Otero e Lucas Pratto, e William descontando para o Colorado.

Na volta, o Tricolor dos Pampas segurou um empate sem gols com o Cruzeiro, e saiu finalista da Arena do Grêmio. Com a vantagem, o Galo também arrancou um empate em casa: 2 a 2 com o Inter. Aylon e Anderson marcaram para o Colorado, e Robinho e Pratto para o Alvinegro.

Grande final: o fim do jejum x bicampeonato inédito

Nem o mais otimista torcedor do Grêmio esperava por essa. Em pleno Mineirão lotado, o Tricolor gaúcho derrotou o Atlético Mineiro por 3 a 1, na noite em que Pedro Rocha foi o grande protagonista. O atacante marcou os dois primeiros gols da partida, mas, depois de tirar a camisa na comemoração e fazer uma falta mais dura, foi expulso. Não há quem não se esqueça da imagem do artilheiro da noite chorando na porta do vestiário do Grêmio. O zagueiro Gabriel ainda diminuiu para o Alvinegro, mas Everton aumentou a conta.

Dia 7 de dezembro de 2016: recorde de público na Arena. Mais de 52 mil gremistas apaixonados lotaram as arquibancadas do novo estádio do Grêmio. O time de Renato Gaúcho segurou o empate até o segundo tempo, quando Miller Bolaños abriu o placar e explodiu a metade azul de Porto Alegre. Nem o golaço de Cazares do meio-campo foi capaz de calar o grito entalado há 15 nas gargantas gremistas.

CBF

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