Saíram do presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, na noite deste sábado, 21, por volta de 22h30, o ex-prefeito de Uberlândia Gilmar Machado (PT) e o ex-superintendente do Instituto de Previdência Municipal de Uberlândia (Ipremu), Marcos Botelho. Eles ficaram 10 dias presos por força de mandados de prisão temporária.
A informação foi confirmada pela assessoria da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap). Gilmar Machado e Marcos Botelho foram presos no dia 12 de abril durante a Operação “Encilhamento” da Polícia Federal (PF).
Eles tiveram as prisões temporárias, que normalmente são de 5 dias, prorrogadas no dia 16 pelo mesmo período, devido à complexidade do caso, cujas investigações ainda não terminaram.
A Operação ‘Encilhamento’ investiga irregularidades na aplicação de recursos de institutos previdenciários em fundos de investimento. Segundo a Secretaria da Previdência, foram registrados desvios bilionários que acarretaram dano ao erário em diversos municípios em sete estados do país – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás. Treze fundos de investimentos estão sendo investigados pela PF.
Em Uberlândia, uma CPI do Ipremu foi instaurada na Câmara Municipal e o caso é investigado pela Polícia Federal, para apurar ilegalidade em diversos investimentos feitos em fundos considerados de alto risco. Aplicações irregulares efetuadas somam cerca de R$ 348,6 milhões, em mais de 20 fundos de investimento, dos quais já houve perda total ou parcial dos recursos.
Nota da defesa de Gilmar Machado
Como não foi demonstrado pela Polícia Federal, em nenhum momento, que existam provas de atos ilícitos que justifiquem a custódia, o ex-prefeito Gilmar Machado e Marcos Américo foram liberados na noite de hoje e já se encontram em casa ao lado de seus familiares e amigos. Gilmar Machado têm a absoluta certeza que todas as ações que foram realizadas por quem esteve à frente do Ipremu durante sua gestão foram feitas em conformidade com a lei, inclusive tanto os decretos como as nomeações tiveram o respaldo da Procuradoria Geral do Município. O ex-prefeito espera que a Constituição seja respeitada e aguarda que tanto ele como Marcos, Cláudio e Mônica possam responder em liberdade ao inquérito que nem mesmo se transformou em ação penal. Gilmar Machado e os demais ressaltam que tem total convicção de que o Poder Judiciário haverá de reconhecer a injustiça dessas prisões.