Começaram nesta quarta-feira, 9, e vai até 12 de maio, as Paralimpíadas Universitárias 2018 no Centro Paralímpico Brasileiro (CT) em São Paulo. Nesta edição, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) será representada por quatro estudantes, sendo três competidores de bocha e um de atletismo.
A UFU começou a participar das Paralimpíadas Universitárias no ano passado e obteve resultados importantes. O treinador dos atletas da bocha é o professor de educação física Glênio Fernandes Leite. Ele conta que essa modalidade é uma oportunidade para as pessoas com paralisia cerebral e motora praticarem esporte. “A bocha envolve raciocínio, lógica e estratégica”, explica. O treinador ainda conta que neste ano, o objetivo é obter as melhores classificações para competir no internacional. Além disso, ele deseja reunir mais atletas para representar a universidade nas próximas competições.
A estudante Daniele Martins, do curso de Gestão da Informação, é uma das atletas que faz parte da equipe da UFU. Sua trajetória na bocha iniciou em 2002 e, após participar de várias competições, ela passou a representar a universidade no ano passado. A atleta conta que não se imaginava praticando a bocha, mas acabou se encantando. “Ela [a bocha] mostra que nada é impossível se a gente quer fazer. É um ganho físico e emocional, porque você supera limitações, tem objetivos”, relata.
A competidora faz parte da categoria BC3, que são os atletas que possuem paralisia cerebral e não conseguem realizar movimentos com os braços e pernas. Daniele tem o auxílio de sua mãe, Sandra Martins, que atua como calheira. A esportista explica que o calheiro não é somente um suporte, “é uma parceria que tem que estar bem afinada para ambos não serem prejudicados”.
Outro atleta que irá competir pela UFU é Mateus Rodrigues, aluno do curso de Física. Ele está na mesma categoria que Daniela, a BC3. Há seis anos ele já pratica o esporte, mas passou a competir pela universidade no ano passado. Mateus conta que a bocha testa suas habilidades e o instiga a competir para obter resultados. Além disso, o atleta tem o auxílio de seu pai, Ricardo Carvalho, que atua como calheiro. “É muito mais fácil por ser pai e filho. O trabalho dentro de quadra fica muito mais dinâmico e natural”, diz.
A bocha
Esse esporte foi inicialmente criado para pessoas com paralisia cerebral e limitações físicas nos braços e pernas, mas que conseguem movimentar esses membros (categorias BC1 e BC2). Portanto, o competidor consegue pegar a bolinha, com a mão ou com o pé, e também movimentar a cadeira.
Com o tempo, foram surgindo outras categorias (BC3 e BC4). Na BC3 estão as pessoas que também têm paralisia cerebral, mas que não conseguem realizar movimentos com os membros do corpo. Nessa categoria é permitido utilizar instrumentos de auxílio, como a calha, que é um equipamento que ajuda a mirar as bolas. Também é possível receber ajuda de uma pessoa, denominada calheiro ou calheira.
No jogo, o calheiro realiza as funções que o competidor não consegue. Além disso, não é permitida a comunicação entre eles, já que o auxiliador faz apenas o que lhe é pedido. Já a categoria BC4 é formada por quem tem distrofia muscular ou é tetraplégico. Esses competidores conseguem pegar a bolinha na mão por realizarem movimentos com os braços.
Nas disputas, os atletas utilizam suas cadeiras de rodas, podendo ser motorizada ou não. Cada competidor tem um kit com seis bolas vermelhas, seis bolas azuis e uma branca. São quatro parciais e o objetivo é lançar as bolas coloridas o mais perto possível da branca.
A competição
As Paralimpíadas Universitárias são organizadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Ministério do Esporte (ME), com apoio do Governo do Estado de São Paulo e do Conselho Federal de Educação Física (Confef). Atletas de todo o país competirão em oito modalidades diferentes: atletismo, natação, bocha, judô, parabadminton, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e basquete 3×3.
UFU