Guerrero respondia à investigação por ter testado positivo para uso de um metabólito da cocaína Fonte: AFP/Ernesto Benavides

O Tribunal Federal da Suíça concedeu nesta quinta-feira efeito suspensivo à decisão de banir o jogador Paolo Guerrero, permitindo que ele possa ir à Copa do Mundo na Rússia. Atacante do Peru e do Flamengo, ele havia sido suspenso pela Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), depois que conseguiu uma redução importante de sua pena

A punição original por suposto uso de doping era de um ano, o que o deixava de fora do Mundial de 2018. Mas, depois de um recurso na própria Fifa, a pena caiu para seis meses e terminava em maio, permitindo que o jogador pudesse ir ao Mundial.

Mas, num recurso apresentado pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), a CAS reverteu a decisão da Fifa e aplicou uma suspensão de até 14 meses, que o tirava da Copa. Guerrero chegou a ir até a Fifa, em Zurique, para pedir uma intervenção do presidente da entidade, Gianni Infantino. Mas não obteve sucesso.

Sua última cartada era sair dos tribunais esportivos e levar o caso à corte comum, na Suíça. Guerrero, assim, solicitou que o seu caso fosse tratado apenas depois do Mundial, o que acabou também sendo aceito pela CAS.

Num comunicado emitido em Lausanne, o presidente do Tribunal Federal informou que “concede efeito suspensivo à título provisório ao recurso apresentado por Paolo Guerrero contra a sentença do CAS”. “Como consequência, Guerrero poderá participar da Copa do Mundo na Rússia”.

O peruano respondia à investigação por ter testado positivo para uso de benzoilecgonina, um metabólito da cocaína, em exame realizado depois do empate em 0 a 0 entre Argentina e Peru, em Buenos Aires, pela penúltima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018, no dia 5 de outubro. Por isso, foi suspenso preventivamente pela Fifa. A principal suspeita era justamente sobre o uso de cocaína, mas o atacante garantiu que esta possibilidade já foi descartada pela entidade.

Por conta da punição, Guerrero ficou impedido de defender a seleção peruana nas duas partidas da repescagem da Copa do Mundo de 2018, diante da Nova Zelândia. Mesmo assim, o país garantiu vaga no Mundial, que seria o primeiro do atacante.

Inicialmente, a Fifa alertou que optou por uma punição e não ficou convencida de que a substância encontrada poderia vir da folha de coca. “Depois de analisar todas as circunstâncias do caso, a Comissão de Disciplina decidiu suspender Paolo Guerrero durante o período de um ano”, disse um comunicado da Fifa, de dezembro. “Por ter dado positivo por uma substância proibida, o jogador violou o artigo 6 do regulamento antidoping da Fifa”, explicou.

No Peru, a reviravolta do caso havia mobilizado até a presidência do país. E a seleção nacional fará a sua estreia no Mundial no dia 16 de junho, contra a Dinamarca, em Saransk, pela primeira rodada do Grupo C, no qual ainda terá pela frente a França no dia 21 e a Austrália no dia 26.

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