Ele estreou em 2016 pelo time profissional de seu clube, o São Paulo, e já mostrou que não está para brincadeira. Marcou gols e teve rápida ascensão no fim do ano. O personagem da vez no quadro Ficha Técnica é o atacante David Neres.
São Paulo, capital. Mais precisamente no bairro de Perus. Ali foi onde David Neres deu os primeiros tapas numa bola de futebol. A idade? Mal lembra. Algo como “aos quatro ou cinco anos”. Foi com os amigos da região que começou a conhecer o esporte, até ir para a escolinha do Nacional de Pirituba. Não demorou para que sua qualidade o leva-se ao São Paulo, ainda com 10 anos, mesma época praticamente em que começou a disputar os primeiros campeonatos.
Inicialmente, David Neres voltava todos os dias para casa. Ainda não tinha idade para ser alojado no clube e tinha a vantagem de ser morador da cidade. Foi só aos 15 anos que ele passou a dormir durante a semana em Cotia, no Centro de Treinamento do Tricolor. Nada que tenha dificultado sua adaptação, garante. A estrutura por lá, de fato, ajuda muito e, segundo o próprio, a ficha de que seria jogador de futebol não tinha caído.
Baixinho e habilidoso, ele não era unanimidade inicialmente. Lembra que nem jogava tanto assim. Seleção Brasileira, por exemplo, era um sonho muito distante. Nascido em 1997, não passou nem perto de ser chamado para o Sul-Americano Sub-15 de 2011 e Sul-Americano Sub-17 de 2013. Nestas etapas, as equipes eram formada majoritariamente por atletas nascidos em 1996.
Em casa, desde menino David Neres queria saber de jogar bola. O pai, Miguel, era quem o acompanhava nas partidas ainda na época de futebol com os meninos do bairro. Já a mãe, Maria, lembrava-o de que primeiro deveria estudar, mas quando viu que o filho queria mesmo ganhar a vida com o esporte e que levava jeito, não criou problemas. Pelo contrário. Foi de casa que saiu o seu apoio para seguir em busca do sonho.
Fã de NBA e futebol americano, inclusive está acompanhando as fases finais da NFL, David Neres não esconde a ansiedade para a bola rolar neste Sul-Americano Sub-20. Não poderia ser diferente. Os últimos meses de 2016 reservaram para ele sua estreia no profissional do São Paulo, a primeira convocação para defender seu país e uma mudança de vida repentina. Mas para quem está há mais de 20 dias treinando com a Seleção, está na hora de ver a bola rolar.
– Não tem como esconder. A gente vai para os treinos, trabalha, se dedica, mas não vê a hora de escutar o apito do juíz e colocar em prática tudo que a gente preparou.