O São Paulo que visita o Vitória nesta sexta-feira, em Salvador, será diferente do time das últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, e isso nada tem a ver com a escalação ou com o esquema tático. Mudou a mentalidade. Sai o postulante ao título, entra em campo quem já enxerga a vaga no G4 como a conquista possível diante do cenário atual. A partida no Barradão começa às 19h30.
Os números não mentem: o clube está a nove pontos do líder Palmeiras (62 a 53), mas tem apenas um de vantagem sobre o Grêmio, quinto colocado e sua maior ameaça na luta para permanecer na zona desejada.
Mesmo se vencer o Vitória, o time não alcançaria nem o Internacional, terceiro na tabela, que tem 57 e enfrenta o Vasco também nesta noite, a partir das 21h30, em São Januário.
Ou seja, apesar de algumas declarações aqui e ali de jogadores que tentam manter esperançoso o torcedor, o fato é que a diretoria e o técnico Diego Aguirre já jogaram a toalha e sabem que a luta, agora, é para terminar o Brasileirão entre os quatro primeiros, posição que classificaria a equipe à fase de grupos da próxima Copa Libertadores.
“É estar entre os quatro, não entre os seis. Claro que entre os seis também, mas entre os quatro em especial. A briga pela conquista, pelo alcance do título, se tornou difícil”, admitiu o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, na última terça-feira, após o Congresso Técnico que definiu os grupos e as regras do Paulistão de 2019.
Em outras palavras: terminar o campeonato em quinto ou sexto já não será considerado tão positivo assim, dado que tais posições classificam à pré-Libertadores – etapa preliminar do torneio na qual os clubes disputam, em duelos eliminatórios, quem terá o direito de entrar na fase de grupos.
“Estamos em quarto, quatro classificam (à fase de grupos da Libertadores). Seria uma classificação honrosa. Vamos brigar jogo a jogo. Tem oito jogos ainda. Cada três pontos têm de ser valorizados ao máximo”, disse Raí, diretor executivo de futebol, no mesmo evento da Federação Paulista de Futebol.
O problema, porém, está sendo se segurar na quarta posição. A campanha tricolor no returno não lembra nada a do time que passou oito rodadas do Brasileirão na liderança: com 12 pontos somados em 11 jogos, o São Paulo estaria hoje a apenas dois pontos de uma hipotética zona do rebaixamento caso o campeonato tivesse começado no segundo turno. Já são seis partidas sem vencer, naquela que é a pior sequência do clube em toda a temporada.
MAIS MUDANÇAS
Vindo de um empate sem gols com o Atlético-PR no Morumbi, na partida que praticamente sacramentou a mudança de foco do clube na competição, o São Paulo terá o retorno do lateral-direito Bruno Peres, que estava suspenso – assim como o zagueiro Anderson Martins, mas este, em má fase, deverá ficar no banco. Bruno Alves e Arboleda tendem a formar a dupla de zaga pelo segundo confronto consecutivo.
Jucilei e Nenê, sacados da equipe no jogo anterior por opção do treinador, também deverão continuar entre os reservas. Assim, o garoto Luan, de 19 anos, receberá nova oportunidade no meio-campo. Para o lugar de Nenê, Aguirre deverá escolher Gonzalo Carneiro. O trio de ataque, portanto, terá ele, Rojas e Diego Souza.
Reinaldo, que vem sendo improvisado na ponta esquerda na vaga de Everton (lesionado), poderá seguir na função. Não está descartado, porém, a utilização de Everton Felipe ou Tréllez na frente, o que recuaria o lateral à sua posição de origem.
Do outro lado, o Vitória, que luta para não cair – é o primeiro integrante da zona de rebaixamento -, tenta voltar a vencer como mandante após três tropeços seguidos: um empate e duas derrotas.
O Vitória está pronto para uma final contra o São Paulo. É no clima de decisão que o time baiano vai enfrentar o rival paulista em razão do risco de rebaixamento. Um tropeço vai manter o time comandado pelo técnico Paulo Cézar Carpegiani na zona da degola. Com 33 pontos, a equipe baiana é a 17ª colocada, abrindo a zona do descenso. “Estar na zona nos deixa mais preocupado, mas não é só a gente que corre risco, porque os times que estão acima da gente estão preocupados. O jogo tem que ser tratado como final. A gente sempre entra para ganhar. Não tem adversário fácil daqui para frente”, afirma o goleiro Ronaldo.
Carpegiani trabalhou durante a semana para repor a ausência do zagueiro Aderllan, que pertence ao Valencia da Espanha, mas estava emprestado ao São Paulo e acabou repassado ao Vitória – ele não poderá atuar por força contratual. Por outro lado, Ramon cumpriu a suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo e já está escalado para começar ao lado de Lucas Ribeiro.
O volante Léo Gomes ainda se recupera de uma lesão na panturrilha e recentemente iniciou a fase de transição. No meio-campo existe uma dúvida, mantida por Carpegiani, entre Rhayner e Rodrigo Andrade.
O clube vem de um suado empate com o Corinthians, pelo placar de 2 a 2, e a vitória em cima da Chapecoense por 1 a 0 recentemente, esboçando uma reação para fugir das últimas posições. O América-MG, primeiro clube fora da zona de rebaixamento, tem 34 pontos, apenas um na frente dos baianos.
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