Imagine o autocontrole que uma vítima de grave violência conseguiu ter ao se fingir de morta enquanto levava golpes de facão após ser estuprada. Este ato de bravura e coragem salvou a vida de Jussânia Pereira Duarte, de 49 anos. Hoje, seis meses após o crime, ela ainda tenta se recuperar dos traumas e carrega as cicatrizes e as lembranças.
A violência aconteceu no dia 14 de junho de 2018. Jussânia fazia sua caminhada rotineira, sob recomendação médica, quando foi atacada pelo agressor, arrastada para um matagal e estuprada. Depois, em um ato de covardia, o homem ainda tentou matá-la com golpes de facão. Ela foi atingida na nuca, ombro, no rosto (região temporal) e teve múltiplos ferimentos em ambas as mãos.
Mesmo muito ferida e com dores, Jussânia se fingiu de morta e o homem foi embora levando a aliança de casamento, uma corrente de ouro e o celular da vítima.
Atualmente a mulher precisa de uma série de tratamentos com psicólogo na UFU, meditação, reiki e acupuntura. Além disso toma medicamentos controlados.
No início de dezembro, Jussânia teve que ficar frente a frente com o agressor, Walisson Rodrigues da Silva, em uma audiência de instrução. Para ela o mais difícil foi notar a frieza do estuprador. Aliás, a mesma frieza de quando estava recolhido no cofre da viatura da PM.
Walisson foi preso dois dias depois do crime e nossa equipe registrou tudo. Ele ria e até fazia ameaças.
Após a audiência, Jussânia voltou a falar com a nossa reportagem e disse que vê a paz e a justiça abaladas. Isso porque com base nas alegações da defesa do acusado, a ideia é reduzir os crimes cometidos apenas a roubo. Esta é a única confissão do preso.
“Eu acredito na justiça divina e dos homens. Eu tenho fé que isso vai acontecer, tem que acontecer. Ele não pode ficar fora, ele vai fazer outra vítima. Eu quero ser a última pelo menos nos próximos 30 anos”, disse.
Relembre o caso
Mulher é estuprada, leva golpes de facão e se finge de morta para sobreviver, em Uberlândia
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