Depois de um ano longe da principal competição da América do Sul, o Atlético volta a disputar um jogo da Copa Libertadores na noite desta terça-feira. Em busca do segundo título, o campeão de 2013 visitará o Danubio-URU, pela partida de ida da segunda fase. O duelo, marcado para 19h15 (de Brasília), será no estádio Luis Franzini, em Montevidéu, capital do Uruguai. Clique aqui para acompanhar lances da partida.

Para chegar aos grupos, os comandados do técnico Levir Culpi precisam eliminar dois adversários. Se avançarem à terceira fase, enfrentarão o vencedor do duelo entre Defensor-URU e Barcelona de Guayaquil-EQU, que começam a medir forças nesta quarta-feira. A chave que aguarda a equipe classificada desses cruzamentos é a E, que conta com Cerro Porteño-PAR, Nacional-URU e Zamora-VEN.

O Atlético disputará o sexto jogo oficial da temporada 2019. As cinco primeiras atuações, que valeram pela fase inicial do Campeonato Mineiro, serviram para fortalecer fisicamente o elenco e para Levir Culpi testar as opções que terá à disposição na primeira decisão da temporada. E o comandante alvinegro sabe: apesar de o Danubio não estar entre os times mais tradicionais e populares do Uruguai, o confronto desta terça pode ser duro.

“O que eu posso te dizer é que jogar no Uruguai é decisão de campeonato. É tradição. Os uruguaios são ótimos, muito competitivos. É como Brasil x Argentina. Brasil x Uruguai é a mesma coisa. Nós sabemos disso. Falou em time uruguaio, o pau vai cantar. Vai ser um jogo de Libertadores mesmo”, disse o treinador após a vitória desse sábado sobre o Guarani, último teste antes da estreia na Libertadores.

Assim como no mata-mata pós-fase de grupos, os duelos preliminares da competição também têm o número de gols fora de casa como critério de desempate em caso de igualdade no placar agregado após as duas partidas. O jogo de volta entre Atlético e Danubio está marcado para 19h15 da próxima terça-feira, dia 12 de fevereiro, em Belo Horizonte.

Preparação alvinegra

Com o mistério de praxe que antecede decisões, o Atlético encerrou na noite dessa segunda-feira a preparação para a estreia. O treinamento no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu, contou com 22 jogadores. Dos 25 inscritos na Libertadores, apenas o goleiro Michael, o zagueiro Matheus Mancini e o volante Gustavo Blanco (ainda em recuperação de lesão) não viajaram.

Segundo Levir Culpi, os titulares no empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, no último dia 27, formarão a base do time que entrará em campo diante do Danubio. A principal dúvida é sobre o primeiro volante. Adilson e José Welison brigam pela vaga. Jair, que também atua mais avançado, também disputa a posição. Na zaga, o capitão Réver deve mesmo voltar à equipe no lugar de Iago Maidana após se recuperar de incômodo na coxa esquerda.

“Fizemos alguns jogos no Campeonato Mineiro. Demos uma amostra da cara do time que o Levir quer. O torcedor pode esperar um jogo truncado, de Libertadores. Não vai ter jogo fácil, principalmente na Libertadores. Espero que possamos estar numa noite inspirada para sair com um bom resultado”, disse o defensor de 34 anos, responsável por levantar a taça ao fim da campanha vitoriosa em 2013.

O Atlético deve ir a campo com a tradicional formação no 4-3-3, que varia para o 4-1-4-1 e, no momento defensivo, para o 4-4-2, com Cazares e Ricardo Oliveira à frente das duas primeiras linhas. A equipe titular deve ter Victor; Patric, Réver (Iago Maidana), Igor Rabello e Fábio Santos; Adilson (José Welison), Elias e Cazares; Luan, Chará e Ricardo Oliveira.

O adversário

O Danubio disputará, nesta terça-feira, a primeira partida oficial em 2019. Antes disso, o time do técnico Marcelo Méndez – que assumiu recentemente o comando técnico da equipe – jogou apenas amistosos. O confronto com o Atlético é tido como a chance para um elenco jovem e modesto fazer história. Afinal, o grupo de jogadores alvinegros tem valor de mercado quase dez vezes maior que o do rival.

“É óbvio que é um rival pesado, brasileiro, que tem uma folha mensal de 5 ou 6 milhões de euros por mês, enquanto a gente tem de 4 milhões de euros por ano. Para você ter uma ideia, Terans, que era goleador em Danubio no Apertura, hoje é reserva no Atlético”, disse o treinador do time uruguaio, em entrevista ao jornal El Observador.

Danubio e Atlético têm histórias de fundação semelhantes

Celeiro de craques, o Danubio é chamado de ‘universidade do futebol uruguaio’ justamente pelo histórico de clube formador. Por lá, ‘nasceram’ estrelas como Edinson Cavani, Álvaro Recoba, Marcelo Zalayeta e Cincunegui. E a tradição de apostar em jovens segue. Dos 25 atletas inscritos na Copa Libertadores, 18 – ou 72% – têm até 23 anos (veja todos na galeria a seguir).

Copa Libertadores: conheça o elenco do Danubio, rival do Atlético

1 – Federico Cristóforo: goleiro de 29 anos, com extenso currículo no futebol uruguaio. Jogou também no Necaxa-MEX.
2 – Brian Ferrarés: zagueiro de apenas 18 anos é cria da base do Danubio.
3 – Renzo Ramírez: formado no Danubio, é zagueiro e também pode atuar na lateral direita. Aos 22 anos, passou pelo Olimpo de Bahía Blanca por empréstimo antes de voltar ao rival do Atlético.
4 – Alan García: lateral-direito de 19 anos formado nas categorias de base do Danubio. Natural de Montevidéu, está no clube desde a categoria sub-14.
5 – Pablo Siles: é meio-campista formado no Danubio e tem 21 anos.
6 – Leandro Sosa: jogador de 27 anos pode atuar como volante e lateral-esquerdo. Passou a maior parte da carreira no Danubio.
7 – Juan Manuel Gutiérrez: formado no Danubio e com passagem pela base da Seleção Uruguaia, atacante faz 17 anos nesta segunda-feira, véspera da partida com o Atlético.
8 – Gonzalo Montes: meia de 24 anos que atua mais pela direita. Na carreira, rodou por clubes de menor expressão no Uruguai.
9 – Federico Rodríguez: o atacante de 29 anos foi formado no Bella Vista, do Uruguai, e defendeu as seleções de base do país. Depois, atuou no futebol italiano.
10 – Thomas Chacón: meia-atacante tem apenas 18 anos e também foi formado no Danubio. Tem passagem pela base da Seleção Uruguaia.
11 – Leandro Onetto: ponta de 22 anos foi recém-contratado pelo Danubio. Antes, jogava pelo Progreso.
12 – Facundo Silva: goleiro de 22 anos formado na base do Danubio.
13 – Joaquín Silva: goleiro de 21 anos foi formado na base do Danubio.
14 – Emiliano Ancheta: lateral-direito de 19 anos. Também foi formado na base do Danubio.
15 – Emiliano Ghan: meio-campista de 23 anos foi formado na base do Danubio, mas já rodou por Villa Española-URU e pelo Córdoba B-ESP.
16 – Maicol Ferreira: meio-campista completou 21 anos recentemente e também foi formado na base do Danubio.
17 – Bryan Bentaberry: o zagueiro, que também pode atuar na lateral, tem 21 anos. Cria da base do Danubio, retorna ao clube após ter sido emprestado ao Villa Española.
18 – Denis Olivera: meio-campista de 19 anos, foi formado nas categorias de base do Danubio.
19 – Santiago Paiva: aos 20 anos, o atacante é outro jogador formado no Danubio.
20 – Carlos Grossmüller: o meio-campista é o jogador mais experiente do elenco. Tem 35 anos e um vasto currículo na Europa, com passagens por Schalke 04-ALE e Lecce-ITA. Atuou também pelo Peñarol, gigante do futebol sul-americano.
21 – Briam Acosta: ex-jogador do Juventud de Las Piedras, o meio-campista de 21 anos foi contratado recentemente pelo Danubio e ainda não estreou em jogos oficiais.
22 – Sergio Felipe: jogador de 27 anos pode atuar como zagueiro ou lateral-esquerdo. Tem vasta trajetória por clubes de menor expressão do Uruguai.
23 – Ernesto Goñi: lateral-esquerdo de 34 anos, foi revelado pelo Nacional-URU. Passou ainda por clubes como Estudiantes-ARG e Almería-ESP. Atuou até pelo Defensor, principal rival do Danubio.
24 – Diego Bustos: meio-campista com 18 anos recém-completados. Firmou o primeiro contrato profissional poucos dias antes da estreia na Libertadores.
25 – Tiago Naninni: atacante de 19 anos ganha nova oportunidade no Danubio, clube que o formou, após período de empréstimo.

“Hoje, a inexperiência não pesa tanto. A gente vê jogadores se destacando muito novos. Se para eles é o jogo da vida, a gente também tem o jogo da nossa vida. Independentemente de jogar em casa ou fora, a gente tem que ter uma postura em busca de um só objetivo, que é dar sequência na Libertadores”, cravou Réver.

Histórico atleticano na Libertadores

O Atlético disputou a Copa Libertadores em nove oportunidades. Foram 81 partidas disputadas, com 36 vitórias, 23 empates e 22 derrotas. O time alvinegro marcou 124 gols e sofreu 86. Veja a seguir o retrospecto por edição:

2017 – Eliminado nas oitavas de final – oito jogos, quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, com 17 gols marcados e sete sofridos
2016 – Eliminado nas quartas de final – 10 jogos, seis vitórias, dois empates e duas derrotas, com 16 gols marcados e sete sofridos
2015 – Eliminado nas oitavas de final – oito jogos, três vitórias, um empate e quatro derrotas, com oito gols marcados e nove sofridos
2014 – Eliminado nas oitavas de final – oito jogos, três vitórias, quatro empates e uma derrota, com nove gols marcados e sete sofridos
2013 – Campeão – 14 jogos, nove vitórias, dois empates e três derrotas, com 29 gols marcados e 18 sofridos
2000 – Eliminado nas quartas de final – 10 jogos, quatro vitórias, um empate e cinco derrotas, com 13 gols marcados e 12 sofridos
1981 – Eliminado na primeira fase – sete jogos, duas vitórias, cinco empates e nenhuma derrota, com oito gols marcados e seis sofridos
1978 – Eliminado na fase semifinal – 10 jogos, cinco vitórias, dois empates e três derrotas, com 19 gols marcados e 14 sofridos
1972 – Eliminado na primeira fase – seis jogos, nenhuma vitória, quatro empates e duas derrotas, com cinco gols marcados e seis sofridos

Histórico do confronto

Atlético e Danubio se enfrentaram uma vez na história. Num amistoso em 5 de fevereiro de 1975, o time mineiro goleou por 4 a 0, no Mineirão. Marcelo, Vanderlei Paiva e Campos, duas vezes, fizeram os gols.

Superesportes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *