Vai a júri popular nesta sexta-feira, 12, em Uberlândia o ex-policial militar Clóvis Durade, de 46 anos, acusado de matar a ex-mulher Veridiana Rodrigues Carneiro com tiros à queima-roupa, em plena luz do dia e no meio da rua.
O crime aconteceu há dois anos e meio. Faltavam poucos minutos para as 11h da manhã do dia 27 de outubro de 2015. Pelas imagens das câmeras de segurança dá para ver a vítima correndo desesperada. Veridiana Carneiro tinha 36 anos. Ela fugia do ex-marido, que a ameaçava com uma arma em punho. Ao se aproximar dela, o policial militar deu um tiro que a jogou no chão. Depois ele atirou mais vezes e fugiu.
O crime foi na Avenida Doutor Laerte Vieira Gonçalves, no Bairro Santa Mônica, onde ficaram as marcas de sangue e as cápsulas de pistola .380. A vítima chegava em casa de carro quando ainda dentro do veículo foi abordada pelo companheiro. Ela desce, corre em volta do automóvel e ele a persegue. Veridiana segue correndo pela rua, mas poucos metros à frente é atingida pelo primeiro tiro e cai. O policial atira várias vezes, principalmente no rosto e no tórax da vítima.
Ela foi levada ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), supostamente com vida.
Depois do crime, Clóvis Durade foi até um bar e pediu uma dose de cachaça. O dono do estabelecimento, amigo do sargento, percebeu que algo estava errado, mas não imaginava o que tinha acontecido. Segundo João Batista, o policial disse: “matei, João. Matei, dei cinco tiros nela”. “Eu falei: ‘cara, você está ficando louco, fazer uma coisa dessas’.”
A polícia cercou o bar e começou uma negociação para que o militar se entregasse. Depois de quase três horas de conversas intensas, o homem foi imobilizado e preso.
Na época a polícia civil instaurou inquérito. Ele foi denunciado por feminicídio em função do homicídio qualificado por questões domésticas, e foi qualificado como crime hediondo. Em julho de 2017, o sargento Clóvis Durade foi expulso da Polícia Militar de Minas Gerais. A decisão foi divulgada no Diário Oficial de Minas Gerais.
A mãe de Veridiana, Sueli Matias Rodrigues disse ter ficado sabendo da morte da filha por um vizinho. “Eu estava na casa da minha mãe. Quando cheguei no local estava todo aquele aparato, mas ela já tinha sido socorrida ao HC. Infelizmente lá eu fiquei sabendo que ela já tinha falecido”, disse.
Sueli não quis arriscar um palpite sobre o que acha que provocou no ex-genro a atitude de cometer o crime. “Eu soube que ele não estava bem, já estava arrependido. No médico ele sempre estava enaltecendo a minha filha. Quer dizer, ele fez, eu acho que num ato de um profundo desespero, né. De invigilância ou de fragilidade. Eu não sei como qualificar, porque eu não posso julgar e condenar, porque a gente não sabe o que se passa dentro da mente e do coração da pessoa numa hora dessa.”
Informações de Kátia Medeiros
Relembre
https://admin.v9vitoriosa.com.br/geral/advogado-diz-que-sargento-pm-acusado-de-matar-professora-deve-ser-libertado/
https://admin.v9vitoriosa.com.br/policia/policia-militar-pm-confirma-exclusao-do-sargento-durade-acusado-de-homicidio/