Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press

Foi no sufoco, com protagonismo do VAR, ‘lei do ex’ decisiva e em pleno Independência. Após sair atrás no marcador, o Cruzeiro buscou o empate por 1 a 1 com o Atlético neste sábado e conquistou o título do Campeonato Mineiro pela 39ª vez na história. Fred, de pênalti – marcado com auxílio da arbitragem de vídeo -, fez para o time celeste, aos 35’ da etapa final. Elias havia aberto a contagem ainda no primeiro tempo.

Com passagem pelo Atlético entre 2016 e 2017, Fred foi o responsável por garantir o bicampeonato estadual ao Cruzeiro. A equipe celeste, já sob o comando do técnico Mano Menezes, conquistou o Mineiro em 2018, também contra o principal rival.

No primeiro tempo, o Cruzeiro apostou em ataques pelo lado esquerdo e levou perigo ao gol adversário. Mas foi o Atlético que abriu o placar. Após boa jogada de Chará pela esquerda, Ricardo Oliveira finalizou, para defesa de Fábio. Elias atacou a bola no rebote e cabeçeou para o fundo das redes.

Na etapa final, Mano Menezes promoveu as entradas do atacante Pedro Rocha e do meia Thiago Neves. E foi justamente numa jogada do ex-gremista que o zagueiro Leonardo Silva deu um carrinho e tocou com a mão na bola. Após consulta ao monitor do VAR, o árbitro Leandro Bizzio Marinho assinalou pênalti – convertido por Fred. Daí em diante, o Cruzeiro se fechou para suportar a pressão adversária. E conseguiu.

O Cruzeiro foi campeão mineiro invicto pela 12ª vezes na história. As outras campanhas sem derrota foram em 1926, 29, 30, 44, 68, 69, 92, 94, 2003, 2009 e 2014.

Agora, as equipes voltam as atenções para a Copa Libertadores. Nesta terça-feira, às 21h30, o Atlético faz jogo decisivo contra o Nacional-URU, no Mineirão, pela quinta rodada do Grupo E. O time alvinegro precisa vencer para manter o sonho de avançar às oitavas de final.

No mesmo dia, às 17h, o Cruzeiro visita o Deportivo Lara, no Estádio Metropolitano de Lara, em Cabudare, na Venezuela. Com 12 pontos ganhos nas quatro primeiras rodadas, o time celeste já tem a liderança do Grupo B garantida.
O jogo
Os dois treinadores fizeram mistério antes da final e surpreenderam na escalação. No Atlético, Leonardo Silva foi mantido no lugar do vetado Réver. Na vaga de Cazares, vetado por dores musculares, o escolhido foi Geuvânio, que jogou pelo lado direito. Com isso, Luan atuou centralizado e o colombiano Chará pela esquerda. No Cruzeiro, Mano Menezes colocou Dodô no time titular. Egídio ficou no banco de reservas.
O jogo começou quente. Logo aos 2′, o árbitro Leandro Bizzio Marinho foi acionado pelo VAR para rever lance de Geuvânio. O atleticano cometeu falta dura em Dodô e levou o cartão amarelo. E foi dos pés do camisa 49 do Galo que surgiu a primeira jogada de perigo do jogo. Ele arrancou pela direita, deixou o marcador para trás e cruzou rasteiro. Ricardo Oliveira finalizou e acertou o travessão. No rebote, Luan chutou para fora.
O time celeste tentou suas primeiras investidas pelo lado esquerdo do ataque. No primeiro cruzamento, Fábio Santos cortou antes de Rodriguinho finalizar. No segundo, que veio rasteiro, Igor Rabello tentou cortar e acertou a bola no travessão de Victor. Com mais posse de bola, o Cruzeiro seguiu insistindo pelo mesmo setor. Guga ficou sobrecarregado, já que a participação de Geuvânio na marcação foi praticamente nula.
No lado alvinegro, muita dificuldade para a criação de jogadas. A marcação celeste, bem encaixada, dava poucos espaços ao Galo. Quem mais conseguiu se sobressair foi o meia-atacante Geuvânio, com boas arrancadas pela direita. Se entrar na defesa do Cruzeiro estava complicado, o Atlético precisava encontrar o adversário desarrumado.
E foi assim que aconteceu o primeiro gol do jogo. Robinho perdeu a bola para Fábio Santos na lateral. O camisa 6 lançou Chará, que driblou a marcação e conseguiu dar belo passe para Ricardo Oliveira avançar livre. O centroavante finalizou na saída de Fábio, que fez grande defesa. No rebote, Elias apareceu rapidamente pelo meio da área e cabeceou para o fundo das redes: 1 a 0.
Depois do gol, o Atlético recuou as linhas e deixou o rival com a bola. O Cruzeiro não conseguiu criar muito. Rodriguinho, responsável pela criação no meio-campo celeste, não teve sossego da marcação de Zé Welison e pouco produziu. Mesmo assim, numa rara escapada, finalizou da entrada da área. A bola desviou na defesa, mas Victor conseguiu segurar. Ainda no fim da etapa inicial, o Galo quase ampliou. Geuvânio deu belo drible em Dodô e finalizou de fora da área. Fábio, com bela defesa, espalmou para escanteio.
O segundo tempo começou com o Atlético recuado e o Cruzeiro com a posse de bola. Logo no início, Robinho quase empatou em cobrança de falta que passou muito perto do gol de Victor. O jogo na etapa final não teve muita sequência. O árbitro Leandro Bizzio Marinho acionou o VAR muitas vezes, irritando jogadores e torcedores no Horto.
O Atlético apostava nas jogadas pelo lado direito. As triangulações com Guga, Elias e Geuvânio funcionavam, mas o time não conseguia concluir as jogadas. Mano Menezes apostou na entrada de Pedro Rocha no lugar de Marquinhos Gabriel. Na primeira vez que recebeu a bola, o atacante dominou e finalizou na rede pelo lado de fora.
Luan sentiu contusão e deu lugar a Vinicius. No Cruzeiro, Thiago Neves foi o escolhido para entrar no lugar de Romero. A equipe celeste ficou mais ofensiva. Rodrigo Santana, do Atlético, foi obrigado a mexer mais uma vez. Geuvânio pediu substituição. Maicon Bolt entrou em seu lugar.
Com as mudanças, o time celeste passou a jogar no campo de ataque. E, numa arrancada pelo lado esquerdo, Pedro Rocha deixou marcadores para trás. Leo Silva tentou cortar de carrinho e a bola tocou em seu braço direito. Após consulta ao VAR, o árbitro marcou pênalti. Na cobrança, Fred deslocou Victor e empatou o clássico: 1 a 1.
Logo após o gol, Mano recompôs a equipe com a entrada de Lucas Silva no lugar de Rodriguinho. A cartada final de Rodrigo Santana no Galo foi a entrada do jovem Alerrandro no lugar de Zé Welison.

O Atlético foi para o abafa no fim. De todas as formas, o Galo tentava chegar na área celeste. Experiente, a equipe cruzeirense soube controlar bem as ações e esfriou o jogo até o fim para conquistar o bicampeonato estadual.

ATLÉTICO 1 X 1 CRUZEIRO
Atlético
Victor; Guga, Leonardo Silva, Igor Rabello e Fábio Santos; Zé Welison (Alerrandro, aos 40/2°T); Geuvânio (Maicon Bolt, aos 27/2°T), Luan (Vinicius, aos 22/2°T), Elias e Chará; Ricardo Oliveira. Técnico: Rodrigo Santana
Cruzeiro
Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Dodô; Henrique e Lucas Romero (Thiago Neves, aos 26/2°T); Robinho, Rodriguinho (Lucas Silva, aos 35/2°T) e Marquinhos Gabriel (Pedro Rocha, aos 20/2°T); Fred. Técnico: Mano Menezes
Gols: Elias, aos 29/1°T; Fred, aos 34/2°T)
Cartões amarelos: Geuvânio, aos 3/1°T; Edilson, aos 36/1°T; Luan, aos 10/2°T; Thiago Neves, aos 29/2°T; Ricardo Oliveira, aos 30/2°T; Fred, aos 49/2ºT; Victor, aos 49/2ºT; Fábio, aos 50/2ºT
Motivo: segundo jogo da final do Campeonato Mineiro
Local: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Público: 21.862
Renda: R$ 1.208.669,00
Data e horário: 20 de abril de 2019 (sábado), às 16h30
Árbitro: Leandro Bizzio Marinho (CBF/SP)
Assistentes: Rafael Alves (RS) e Elio Nepomuceno (RS)
VAR: Leandro Pedro Vuaden (CBF/RS)
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