O presidente Jair Bolsonaro informou hoje (1) que recebeu informações de que os militares venezuelanos que solicitaram asilo não conseguiram entrar na embaixada brasileira em Caracas. De acordo com ele, “ao que parece”, os 25 militares que solicitaram asilo não ingressaram na sede diplomática devido aos bloqueios do governo de Nicolás Maduro pelas ruas do país. O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, confirmou que o governo brasileiro recebeu e autorizou o pedido de asilo de 25 militares. Bolsonaro se reuniu nesta quarta-feira com o ministro da Defesa, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, além de membros da cúpula das Forças Armadas para avaliar a situação na Venezuela. O presidente voltou a manifestar seu apoio ao deputado opositor e autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, o qual convocou protestos ontem e hoje contra o governo de Nicolás Maduro. Ele também conversou ontem por telefone com Guaidó, quem recebeu recentemente no Palácio do Planalto, em Brasília, e reiterou que é quase nula a possibilidade do Brasil tomar parte em uma eventual intervenção armada na Venezuela. O presidente, por sua vez, elogiou o ato de Guaidó e disse que há, sim, uma fissura nas forças armadas venezuelanas que apoiam o governo de Maduro. “Existe uma fissura, sim, que cada vez mais se aproxima das cúpulas das forças armadas. Então existe a possibilidade do governo ruir pelo fato de alguns da cúpula passarem para o outro lado”, disse.
Bolsonaro ainda reconheceu que existe uma preocupação do governo brasileiro com o impacto da crise da Venezuela nos preços dos combustíveis. A Venezuela é um grande produtor de petróleo e sofre com sanções econômicas e embargos de diversos países, liderados pelos Estados Unidos, à commodity. “Uma preocupação existe sim, com essa ação e com embargos, o preço do petróleo a princípio sobe. Temos que nos preparar, dada a política da Petrobras [de seguir os preços do mercado internacional] e de não intervenção de nossa parte [do governo], mas poderemos ter um problema sério dentro do Brasil como efeito colateral do que acontece lá”, disse o presidente.
Ansa Brasil