Dia 31 de maio é uma data importante para falar sobre algo que está em quase todas as rodas de conversa: o cigarro. Milhões de pessoas morrem todos os anos de doenças relacionadas ao cigarro. O Dia Mundial sem Tabaco serve para conscientizar sobre os malefícios causados pelo tabagismo, além de alertar sobre as doenças que esse hábito pode causar.
O cigarro contém mais de 4 mil substâncias químicas, das quais pelo menos 70 são cancerígenas, e, por meio delas, aumenta o risco de câncer de pulmão, leucemia mielóide aguda, boca, garganta, pescoço, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, colo de útero, bexiga, rins, ossos e vários outros. O cigarro é responsável por, pelo menos, 40% de todas elas. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil cerca de 428 pessoas morrem por dia em decorrência da dependência à nicotina.
Ainda de acordo com o INCA, das mortes causadas pelo tabaco, 50.413 são por cânceres; 31.120 por doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); 17.972 por tabagismo passivo; 10.900 por pneumonia e 10,900 por acidente vascular cerebral (AVC).
Segundo o Oncologista Rodolfo Gadia, caso haja uma predisposição genética, o risco para o desenvolvimento do câncer aumenta de maneira significativa. “O mais relatado é o câncer de pulmão, com 90% dos casos, e, entre os 10% restantes, um terço é de fumantes passivos. Ou seja, é uma questão de saúde pública, pois, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável”, disse.
Gadia garante que sempre é tempo de abandonar o hábito de fumar. “O primeiro passo, e o mais fundamental, é realmente querer. Apesar de todas as campanhas e informações disponíveis, a decisão é individual e precisa partir do próprio fumante”, afirma.
“Para isso, é muito importante saber que esse momento deve ser planejado. O fumante deve marcar uma data dentro dos próximos 15 dias e optar entre deixar de forma abrupta ou gradual. Nos primeiros dias sem fumar, o corpo já começa a adaptar-se ao funcionamento normal na ausência da nicotina. Mas, com essa mudança, é comum aparecerem alguns sintomas conhecidos como ‘síndrome de abstinência’, como: dor de cabeça, formigamento nas mãos e pés, ansiedade, tosse e, principalmente, uma vontade intensa de fumar”, completa o médico.
O oncologista acredita que os motivos pelos quais os fumantes têm tanta dificuldade em cessar o tabagismo são diversos fatores orgânicos, sociais e genéticos. Segundo ele, cerca de 70% dos fumantes querem abandonar o vício e não conseguem, o que é nítido pelo grande número de tentativas e recaídas.
“Algumas dicas são importantes e ajudam nessa fase, como: beber água gelada, mascar gengibre ou chiclete sem açúcar. Estes itens devem estar sempre à mão de quem está deixando de fumar. Outra dica imprescindível é praticar atividade física. Além disso, o apoio da família e dos amigos ajuda a garantir o sucesso. Também é fundamental procurar ajuda de um profissional de saúde. Pode parecer difícil no início, mas é importante não desistir, porque os benefícios serão maiores do que qualquer sofrimento durante todas as tentativas”, finaliza o oncologista Rodolfo Gadia.