Um grupo musical composto por oito presos, internos do Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, conquistou o primeiro lugar na etapa regional do Festival da Canção Prisional 2019, um dos principais eventos de promoção da ressocialização promovido pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais. A percussão foi feita em carteiras de sala de aula, o que conquistou público e jurados.

O concurso foi a quarta etapa regional do Festipri, realizada no município de Canápolis, que fica a 120 quilômetros de Uberlândia. No ginásio poliesportivo Paulo Honório de Oliveira, autoridades, representantes das forças de segurança, membros da sociedade civil, familiares e amigos dos presos participantes se reuniram para torcer por seus candidatos favoritos. Ao todo, 23 detentos de quatro unidades prisionais e de três Associações de Proteção ao Condenado (Apacs) participaram desta etapa regional.

O diretor regional da 9ª Região Integrada de Segurança Pública e também diretor-geral do Presídio Professor Jacy de Assis, Luciano Evangelista Cunha, acompanhou todo o evento. “Considero de extrema importância eventos como este para o sistema prisional. Percebemos que os presos se empenham e agradecem com sinceridade a oportunidade que tiveram de mostrar seus talentos. São pessoas normais que, por um deslize, estão cumprindo pena”, observou.

O diretor ressaltou ainda que o Festipri é um dos mais importantes projetos da área de ressocialização, uma das atribuições do Depen-MG. “Essas pessoas voltarão ao convívio social e o objetivo é que elas retornem melhor do que entraram. Temos que desenvolver mais projetos desta magnitude para que possamos ressocializar o indivíduo que cumpre pena”, complementou Cunha.


Vencedores

Além dos vencedores, outros presos também conquistaram o público. O segundo lugar foi conquistado por um trio da Apac de Canápolis, que interpretou música no ritmo MPB e, na terceira colocação, ficou a Apac de Frutal, com uma canção gospel.

Para a anfitriã do evento, a diretora geral do Presídio de Canápolis, Kênia Peixoto, poder participar do Festipri mais uma vez e como anfitriã foi uma honra. “Tudo foi feito com muita simplicidade, contudo, com muito amor. Temos prazer em trabalhar a ressocialização com o foco na reinserção do indivíduo na sociedade. Conseguimos, por meio dos parceiros da unidade prisional, promover para a comunidade canapolina, que teve participação direta na construção do evento, uma tarde maravilhosa”, afirmou.


Festipri 2019

Cerca de 350 presos de 50 unidades prisionais da Sejusp e Apacs estão participando das seis etapas do Festipri 2019. O festival nasceu em 2006 com o nome Festival da Canção Penitenciária (Festipen) e envolvia presos da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em 2015, a competição passou a ser denominado Festival da Canção Prisional (Festipri) e, em 2017, o projeto foi expandido para todas as regiões do estado.

O objetivo da iniciativa é favorecer o processo de ressocialização dos indivíduos privados de liberdade pela musicalidade, além de incentivar e revelar talentos musicais dentro do Sistema Prisional. O evento é uma promoção da Diretoria de Ensino e Profissionalização do Departamento Penitenciário de Minas Gerais.

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