Juliana e o pai, Lino, no Centro de Reconhecimento de Paternidade: “Tenho mil planos para esse Dia dos Pais, e 999 deles eu vou realizar”, disse ele

Ele não se lembra do período de gravidez, não acompanhou o parto e nem sequer participou das dificuldades enfrentadas pelos pais nos primeiros dias após o nascimento de um filho. Delmiro de Almeida tinha dúvidas se era o verdadeiro pai do menino Renan, de apenas dois anos de idade. O relacionamento com a mãe terminou após um ano de namoro e somente algum tempo depois o ex-namorado ficou sabendo da gravidez. Imaginou que ela tivesse tido outras paixões. A própria Leidiane Gonçalves também estava na dúvida e precisou do exame de DNA para confirmar que o ex-namorado era realmente o progenitor.

O resultado foi revelado diante dos dois, no fim do ano passado, no Centro de Reconhecimento de Paternidade (CRP), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Só agora Delmiro vive a expectativa de comemorar, efetivamente ao lado do filho, o primeiro Dia dos Pais neste domingo, 11 de agosto. “Foi o momento mais feliz da minha vida quando eu descobri, foi como se eu tivesse ganhado na Mega-Sena. Agora, é hora de aproveitar intensamente um dia criado especialmente pra mim”, brincou.

Com 55 anos, Lino Laurindo de Souza também tem a mesma esperança. Ele foi reencontrado pela filha na internet após 15 anos praticamente sem dar notícias. A jovem Juliana de Lima Costa, agora com 29 anosdescobriu que Lino era seu pai quando estava na adolescência. “Ele ficou superfeliz com a notícia, tivemos algum contato inicialmente, mas logo depois ele sumiu”, contou.

A jovem, no entanto, não desistiu de conviver com o pai. Sabia que ele tinha outros três filhos, tinha certeza dos nomes e foi procurar os irmãos no Instagram, uma rede social de fotos. Encontrou todos. Lino de Souza, entusiasmado com o novo contato, dessa vez, não perdeu a oportunidade de ficar próximo da filha. Realizou gratuitamente, também pelo CRP, o exame de DNA e reconheceu oficialmente a menina. “Tenho mil planos para esse Dia dos Pais mais que especial, e 999 deles eu vou realizar”, disse.

O jovem P.H., de 21 anos, com o filho de um mês no colo e sentado ao lado da ex-namorada no momento da revelação da análise, preferiu não se identificar nessa reportagem. Ele celebrou o resultado positivo de DNA comprovando que era ele o pai. “Estou muito feliz, e a comemoração de domingo para mim será sinônimo de felicidade”, disse.

O serviço de reconhecimento de paternidade é oferecido desde 2011 pelo Tribunal de Justiça de Minas, na capital, e já promoveu mais de 15 mil reconhecimentos. Ele funciona permanentemente no Fórum Lafayette, onde os servidores realizam todos os procedimentos e encaminhamentos necessários para quem deseja obter o reconhecimento espontâneo de paternidade.

No Centro de Reconhecimento de Paternidade, é possível realizar, além do reconhecimento de paternidade ou maternidade biológica, o reconhecimento socioafetivo. Nessa modalidade, que antes só era possível com uma ação judicial, a paternidade ou a maternidade são reconhecidas a partir do vínculo de amor constituído entre filho e pais, desde que não haja o nome de um ou outro na certidão.

TJMG

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