O presidente Jair Bolsonaro prometeu editar até sexta-feira (06) uma medida provisória que vai criar a carteirinha nacional do estudante.
Atualmente, só as carteirinhas das uniões estudantis dão direito à meia-entrada em cinemas, teatros, show ou estádios. No caso da UNE, a União Nacional dos Estudantes, a emissão custa trinta e cinco reais.
Bolsonaro não informou se a nova carteirinha será emitida de graça, mas criticou as instituições. “Carteirinha digital. Vamos facilitar a vida dos estudantes, né? Não vai ter que pagar mais para UNE, que quem manda lá é o PCdoB. Não tem que pagar mais. Vai faltar dinheiro para o PCdoB, vão arranjar dinheiro em outro lugar”, ironizou.
A crítica não pegou bem na Câmara dos Deputados, que precisará votar a medida provisória. O PCdoB é um forte aliado do presidente da Casa, Rodrigo Maia, e até já apoiou o Governo em alguns projetos.
Articuladores do Palácio do Planalto temem que o tom de Bolsonaro dificulte a aprovação da MP. “O PCdoB não recebe nada da UNE. E nem a UNE é de nenhum partido. Portanto, isso é uma forma de querer punir a UNE”, afirmou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
Já o presidente da União Nacional dos Estudantes, Iago Montalvão, vê a medida com uma espécie de retaliação do Governo Bolsonaro às manifestações estudantis contra os cortes na Educação.
“Nós acreditamos que essa é uma medida do governo Bolsonaro em retaliação às manifestações e atos que tem acontecido no Brasil todo, contra os cortes nas universidades, em defesa da educação, em defesa das bolsas, da ciência. Então, como eles têm visto que os estudantes têm sido lideranças, protagonistas nesses movimentos, eles tentam desestruturar a rede do movimento estudantil, atacando a sua autonomia financeira, para poder tentar, enfim, impedir que esses atos aconteçam”.
SBT