Até maio deste ano o Cruzeiro terá que pagar uma importante parcela de dívidas que o clube tem na Fifa, já que é cobrado por outras agremiações por não ter cumprido prazos importantes de pagamento oriundos de transferências de atletas. Essa informação foi dada no começo do ano pelo presidente do Conselho Gestor Saulo Fróes.

Segundo apuração, essa parcela se aproxima de R$ 10 milhões. O clube trabalha com a hipótese de esse prazo de pagamento ser esticado por causa da pandemia do coronavírus. Mas trabalha para alcançar meios de pagar os clubes que o cobram na Fifa.

Para pagar os montantes devidos o Cruzeiro tenta formar um consórcio de credores, mas a maioria dos clubes que têm valores a receber da Raposa não se mostram tão abertos a essa possiblidade.

“Eu diria que isso é muito sério, porque não depende só do Cruzeiro, depende do ‘aceite’ dos outros clubes, que estão bastante chateados com o Cruzeiro neste momento por que em vários casos o Cruzeiro recebeu o jogador, vendeu e não pagou aquela equipe de quem ele comprou. É uma situação difícil, mas estamos trabalhando todos os dias para tentar evitar qualquer tipo de punição”, disse o superintendente jurídico cruzeirense, Kris Brettas, em entrevista à rádio Itatiaia.

Dentre as dívidas do Cruzeiro com outros clubes há pendências com o Defensor-URU (Arrascaeta), Zorya-UCR (Willian Bigode), Atenas-URU (Latorre), Al Wahda-EAU (Denílson). Tigres-MEX (Rafael Sóbis), Riascos (Monarcas Morelia), Independiente del Valle (Caicedo) Instituto Córdoba (Ramón Ábila).

Desses, os casos mais urgentes são os relacionados à compras dos atacantes Willian Bigode e do volante Denílson. “Em relação ao Al Wahda e ao Zorya, eu diria que são os mais sérios no momento. Não há mais nenhum recurso nesses casos, os processos terminaram no ano passado. O que chega ao Cruzeiro é uma ordem de pagamento. Não temos como recorrer ao CAS, que é a Câmara de Arbitragem na Suíça. Então, o que nos resta é negociar com os clubes”, explicou Brettas.

Em conversa recente com a reportagem o presidente do Conselho Gestor, Saulo Fróes, ressaltou todos os esforços do departamento jurídico do clube para tentar resolver a situação com os clubes.

“Estamos fazendo contatos por telefone, teleconferência. Tudo para resolver essa situação”, disse.

Em relação ao consórcio de credores, Brettas falou que dois clubes aceitaram negociar. “Fizemos um condomínio de credores e encaminhamos aos clubes. Já fizemos outras propostas que não foram aceitas. Até agora, tivemos respostas do Defensor-URU e do Independiente del Valle-EQU. Eles topariam negociar com a gente”, comentou.

O Defensor cobra do Cruzeiro aproximadamente R$ 6,5 milhões. O Independiente del Valle quer receber R$ 8 milhões.

A primeira tentativa (para pagar as dívidas) é o condomínio de credores, mas também trabalhamos com outros cenários para tentar solucionar isso e evitar a punição desportiva”, completou.

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