O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, se encontrou, na manhã desta quinta-feira (9/4), com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em Brasília, para discutir possíveis saídas para a situação financeira do Estado, agravada pela pandemia do coronavírus.
Um dos temas discutidos na reunião, que também contou com a presença de Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente, foi a viabilidade de retomar a operação do nióbio, que poderia amenizar os impactos da paralisia do mercado financeiro.
“O Estado estava conduzindo, desde o final do ano passado, mas devido à paralisia do mercado financeiro ela foi suspensa. Uma saída para retomarmos é a ajuda do governo federal, que possui grandes bancos, como o Banco do Brasil e a Caixa, e eles poderiam assumir essa operação”, afirmou o governador.
Ele destacou a queda de arrecadação provocada pela pandemia do coronavírus em Minas Gerais, que poderá desequilibrar ainda mais a situação econômica. A projeção é que o Estado venha a ter, caso a economia caia 4%, R$ 7,5 bilhões a menos de ICMS neste ano.
“Tenho certeza que este problema não é exclusivo de Minas. Ele afeta muito os estados do Sul e do Sudeste. O governo federal precisará fazer alguma coisa. Que ele tenha algo em troca, como essas medidas de austeridade, às quais eu sou favorável. Vale lembrar que eu sou contrário a receber recursos para gastá-los mal. Eu sou favorável a receber o recurso para fazer face a uma necessidade”, ressaltou.
Em Brasília, o governador se reuniu ainda com o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, com o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
Também participaram dos encontros o secretário-geral de Minas Gerais, Mateus Simões; o secretário de Estado da Fazenda, Gustavo Barbosa; e o secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy.
Nióbio
No centro das tratativas do governador Romeu Zema em Brasília, nesta quinta-feira (9/4), está a operação do nióbio, que tem como referência o pagamento de dividendos que o Estado recebe em função da exploração do mineral.
“Todo ano recebemos o resultado dessa exploração, que é algo superior a R$ 1 bilhão. A ideia é que façamos uma operação de mercado antecipando esse fluxo que receberíamos até 2032. É isso que estamos negociando com os bancos”, explicou o secretário da Fazenda, Gustavo Barbosa.
O apoio dos bancos é uma alternativa à venda dos royalties no mercado financeiro, que está paralisado em decorrência da pandemia do coronavírus.
“Essa operação estava pronta e em função da situação de mercado, tivemos que fechar. Agora, estamos baixando o apoio dos bancos públicos para realizar a operação”, afirmou.
Agência Minas