“Não estamos ainda no momento de aglomerações. O futebol ou o encontro de pessoas, em qualquer objetivo, aumenta a chance de transmissão e de aquisição da Covid-19. É mais do que claro que, o futebol, pela proximidade das pessoas, é um terreno fértil para esta transmissão”. A afirmação de Estevão Urbano é quase uma resposta ao posicionamento da Federação Nacional dos Atletas Profissionais (Fenapaf).
Em conversa com a reportagem, o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto, garantiu que a entidade defende uma decisão técnica para o retorno. “A posição da Fenapf é que o retorno só deve acontecer com permissão da medicina e da ciência. Qualquer volta que não tenha a devida chancela do Ministério da Saúde e dos órgãos da saúde, vemos como precipitada e não concordamos. Mesmo que sigam alguns protocolos, feitos por equipes médicas. Uma volta sem uma autorização oficial, achamos extremamente prematura”, afirma o dirigente.
Este movimento de retorno, num cenário em que ainda faltam 11 datas para se encerrar as Copas do Brasil e Libertadores, nove para acabar a Sul-Americana e a disputa das 38 rodadas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, que deveriam ter começado no último final de semana, é preocupante pela necessidade de deslocamentos entre equipes de cidades que vivem cenários diferentes da pandemia.
“Pensar em retorno dos campeonatos nacionais é fora de hora e de propósito, por mais que esteja com casos controlados em alguns estados. É nesta hora que você toma decisões que mudam o cenário e corre o risco enorme de perder o controle”, afirma Estevão Urbano.
Assim, o movimento de volta do futebol brasileiro, que tem como maior defensor o presidente Jair Bolsonaro, é um tiro no escuro, além de estar longe de ser a solução para o problema do calendário, pois o processo está sendo individualizado, e mais de 90% dos jogos a serem disputados são nacionais ou internacionais.
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