Respirando cada dia mais por aparelhos, os clubes pequenos do Brasil – muitos deles com muita história no país – se mostram desesperados com a crise financeira agravada pela pandemia no novo coronavírus. Um deles, o Democrata, de Sete Lagoas, enviou carta ao presidente da República, suplicando que olhe pelos “invisíveis” e prorrogue a Medida Provisória que visa preservar empregos e renda durante este período que assola os quatro cantos do planeta. O texto foi escrito pelo presidente do Jacaré, Renato Paiva.
“Através desta carta, como representante de um clube de futebol profissional que completará 106 anos de fundação no próximo domingo, 14/06, e sabedor da angústia porque passam os clubes de futebol menores de nosso imenso Brasil, que ouso chamar de “clubes invisíveis”, venho implorar pela prorrogação dos efeitos da MP 936/2020, que deverá ser votada nesta semana, especialmente quanto à redução de jornada e suspenção dos contratos, pelos motivos que passo a elencar:
1) Entidades representativas dos clubes de futebol, como federações, confederações e a própria FIFA, simplesmente ignoram a existência dos clubes menores, daí o uso do termo “clubes invisíveis”, e não fornecem qualquer tipo de amparo;
2) Os “clubes invisíveis” passam pela pior crise de sua história, não apenas em função da Covid-19, que provocou a completa paralização do futebol, mas potencializada por ela;
3) Não há qualquer previsão para que as atividades destas equipes sejam retomadas, já que o cumprimento de protocolos de saúde, que julgamos essenciais, trará despesas extraordinárias vultosas, impossíveis de serem por elas arcadas;
4) As receitas destas equipes estão próximas de zero e não serão recuperadas no médio prazo, visto que eventual volta de competições será com portões fechados, impossibilitando a venda de ingressos e outros produtos;
5) Centenas de milhares de empregos serão sacrificados Brasil afora, uma vez que os clubes não têm como suportar a folha salarial indefinidamente, sem a volta do futebol, e, repito, não há qualquer previsão para seu retorno, muito menos com a presença de público; e
6) Os jogadores e demais trabalhadores envolvidos com o futebol estão isolados em suas casas, alguns se virando como podem para tentarem um complemento de renda, mas seu sustento tem sido garantido pelo Benefício Emergencial decorrente da suspensão dos seus contratos de trabalho proporcionada por este Governo através da MP 936.
Pelos motivos expostos, Sr. Presidente, pedimos, encarecidamente, para que os efeitos da MP 936 sejam prorrogados, atendendo não só aos clubes de futebol, mas a todas as entidades que vivem do entretenimento PRESENCIAL neste País, visto que este setor, muito provavelmente, será o último a ser liberado para exercer normalmente suas atividades”.
Hoje em Dia