Um crime macabro chocou o bairro Planalto, na região Norte de Belo Horizonte. O corpo da balconista Elisângela Vespermann de Souza, de 30 anos, foi encontrado na manhã dessa quarta-feira, 15, dentro da geladeira de seu próprio apartamento.

De acordo com a Polícia Militar, Elisângela usava um vestido e estava sem peças íntimas, o que levanta a suspeita de estupro. Ela apresentava sinais de estrangulamento e tinha hematomas no braço e rosto. O corpo da balconista foi descoberto pelo marido dela, de 43 anos.

Ele, que trabalha como caseiro em um sítio em São José da Lapa, estava sem ver a mulher desde o dia 15 de junho, e o último contato havia sido por telefone, há uma semana. Por isso, o caseiro foi ao apartamento para pegar os documentos de Elisângela para procurá-la em hospitais ou até mesmo no IML.

A PM informou que o marido precisou chamar um chaveiro para abrir o imóvel, já que ele não tinha a chave por morar no sítio onde trabalhava. O caseiro estava acompanhado do irmão e da cunhada, que moram em Vespasiano. Apesar de serem casados havia 12 anos, Elisângela e o marido viviam em casas diferentes.

Enquanto procurava os documentos de Elisângela, o marido percebeu que a geladeira da cozinha estava fechada, voltada para a parede e lacrada com fita adesiva. Ao abri-la, encontrou o corpo da mulher e chamou a polícia.

Suspeito

Segundo a PM, há indícios de crime passional. Em junho deste ano, a vítima havia registrado um boletim de ocorrência por violência doméstica. Elisângela foi ameaçada por um homem de 26 anos com quem manteve um relacionamento extraconjugal por quatro meses. Ele não aceitava o fim do caso.

Na última sexta-feira, 10, o suspeito foi à lanchonete onde Elisângela trabalhava, no bairro Guarani, na mesma região, para procurá-la. Foi nesse dia que a balconista foi vista pela última vez pelos colegas de trabalho, conforme os militares.

Choque na vizinhança

O clima próximo ao condomínio onde Elisângela morava era de perplexidade. Vários vizinhos da balconista diziam que, apesar de morar há muitos anos no local, ela era muito discreta e não tinha amizades. “Eu só a via saindo para trabalhar. Passava na padaria para tomar café e não falava com ninguém. Era muito fechada e não dava conversa para o pessoal daqui, não”, revelou um morador, que não quis se identificar.

“Ela era uma moça muito bonita. Andava bem-arrumada, mas nunca deu papo para ninguém aqui. Estou chateada com a morte dela”, disse outra vizinha, que também preferiu manter o anonimato. Ainda de acordo com os moradores, Elisângela não tinha nenhum histórico de brigas no local.

Um morador do prédio onde a balconista residia disse que ninguém sentiu qualquer cheiro estranho vindo do apartamento dela. “Ninguém desconfiou de cheiro porque há pouco mais de um mês tivemos problema com cheiro ruim no prédio dela e foi encontrado um animal morto lá”, disse.

Depoimentos

Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Civil, nos próximos dias, testemunhas serão ouvidas.

Corpo conservado

Somente o exame de necropsia poderá determinar o dia e a causa da morte de Elisângela Vespermann, segundo a Polícia Civil, em nota. O corpo encontrava-se conservado e ainda não estava em decomposição. A geladeira do apartamento encontrava-se ligada.

Crime sem barulho

Além de não terem sentido nenhum cheiro vindo do apartamento da balconista, os vizinhos dela também contaram não ter escutado qualquer barulho. O condomínio da rua Maurício Cardoso não tem porteiro.

O TEMPO

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