Ansiedade é um sinal que nos alerta e permite ao individuo a se atentar por um perigo e adotar as medidas necessárias para lidar com ele. A ansiedade é composta por sintomas físicos, pensamentos disfuncionais e alterações de comportamento. Ela está presente no desenvolvimento normal, nas mudanças e experiências novas. É um sentimento útil, sem ela estaríamos vulneráveis, porém é desagradável, pois traz apreensão, tensão, desconforto, que antecede a um perigo de algo desconhecido ou estranho.
Para diferenciar a ansiedade normal de uma patológica deve avaliar se a reação ansiosa é de curta duração e autolimitada. A ansiedade normal é desagradável acompanhada por várias sensações físicas: como um aperto no tórax, palpitações, tensão muscular, diarreia, taquicardia, desconforto digestivo, sudorese excessiva, cefaleia, inquietação, etc.
A ansiedade patológica paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu bem-estar e ao seu desempenho, e não permite que se prepare e enfrente as situações ameaçadoras. O indivíduo reconhece que é difícil controlar as preocupações, é impaciente, tem cansaço fácil, dificuldade de concentração, fica irritado, e tem distúrbio do sono. Ela se torna um transtorno patológico a partir de uma emoção de desconforto, apresentando intensidade, persistência, preocupações irrealistas ou excessivas de longa duração. Essa ansiedade patológica é complicada de ser controlada e resulta em desconforto com grave comprometimento social ou ocupacional.
Não há como estabelecer uma causa específica ao transtorno de ansiedade, porém existe uma ligação entre fatores genéticos e ambientais.
A ansiedade e medo são emoções que fazem parte do comportamento de todos nós. Para avaliar o sofrimento e os prejuízos que decorrem da ansiedade, é preciso que haja sofrimento ou prejuízo no funcionamento social, profissional, familiar da vida do individuo. O medo consiste numa reação de defesa, frente a um objeto presente, enquanto a ansiedade representa na sua estrutura um perigo, é vago, incerto, misterioso e doloroso.
O sexo feminino é o mais acometido pela ansiedade do que o masculino.
É difícil determinar a idade de início dos sintomas da ansiedade patológica, pois a maioria das pessoas não sabe precisar quando iniciou. Algumas admitem que foram no início da adolescência ou quando se tornaram adultos jovens, e alguns casos acontecem mais tarde após eventos estressantes.
Existem alguns transtornos que estão associados ao transtorno de ansiedade que são: fobia social, fobia especifica, transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada, agorafobia, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo- compulsivo.
Parte do tratamento é a psicoeducação, onde o paciente pode entender que tem um problema de saúde real e tratável. Esse tratamento pode ser feito através da terapia onde consiste em forçar uma mudança na maneira de perceber e raciocinar sobre o ambiente, e sobre o que causa a ansiedade e mudanças no comportamento do ansioso. Partindo do pressuposto que mais atenção se der a esse comportamento alterado maior será a chance de reforça-lo e amplia-lo. Se for feito de forma contrária, mantendo-se a calma e retirando a atenção do comportamento ansioso, ele tende a se extinguir.
A ansiedade deve ser considerada como uma forma de alarme aos perigos que a espécie humana enfrenta ao longo da sua historia evolutiva. Reconhece-se que hoje podem constituir transtornos bastante frequentes, causando sofrimento e distúrbio ao individuo. A identificação precoce dos transtornos de ansiedade pode evitar repercussões negativas na vida.
A terapia é um dos caminhos. Procure ajuda de um profissional.
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