Associação alega que campanha não reflete realidade nas fazendas do país

A campanha promovida pela Mercy For Animals no Brasil (MFA Brasil) contra o consumo de leite de vaca foi repudiada pela Frente das Associações de Bovinos do Brasil (FABB) – entidade criada na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) durante a 88ª ExpoZebu. O ator Márcio Garcia, de 53 anos, é o rosto da campanha. No vídeo, ele questiona a ingestão de leite por humanos na vida adulta e diz que o hábito “fomenta uma indústria que causa extrema dor”.

“Na indústria as vacas são inseminadas de forma forçada ao longo de suas vidas e tem uma gravidez atrás da outra para garantir uma alta produção de leite. Elas passam meses gerando seus bebês mas, minutos após o nascimento, são separadas à força de suas crias”, diz o ator.

Em outro trecho, ele questiona: “Será que vale a pena tanta dor e sofrimento por um copo de leite de vaca?”. A campanha tenta estimular a população a ficar uma semana sem beber leite.

Ao tomar conhecimento, a FABB divulgou nota em que repudia a campanha. “O material disseminado em larga escala na web falta com a verdade e induz o consumidor a acreditar que o processo de produção leiteira é um problema, quando de fato, se trata de importante meio para a segurança alimentar no mundo”, destaca.

Além disso, conforme a nota, o “Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano e com produção em 98% dos municípios brasileiros, tendo a predominância de pequenas e médias propriedades, empregando cerca de 4 milhões de pessoas”.

O leite e seus derivados são alimentos de origem animal de excelente qualidade nutricional. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), o leite de vaca possui 87% de água e 13% de outros componentes sólidos importantes, como cálcio, potássio, fósforo e vitaminas A e B. O alimento ajuda na formação da massa óssea, crescimento e fortalecimento do sistema imunológico e dos dentes”

Em outra parte do comunicado, a FABB defende que o processo é seguro para quem ingere leite e também para os animais. “A produção leiteira no Brasil segue uma série de exigências ligadas à sanidade, segurança alimentar e bem-estar animal, medidas desenhadas para melhorar a qualidade e a competitividade do setor lácteo. Para as indústrias, a preocupação vai desde o bem-estar animal ao padrão de contagem bacteriana, passando pela contagem de células somáticas (células de defesa) e transporte”.

O produtor de leite, instituições de pesquisa e empresas sérias entendem que situações de estresse para o animal impactam diretamente no bem-estar e na produtividade. Por essas e outras razões, as práticas de manejo na cadeia produtiva são feitas para garantir qualidade de vida aos bovinos e ainda evitar prejuízos

A FABB alega que o material é uma inverdade. “Materiais como o divulgado não refletem a realidade nas fazendas produtoras de leite no Brasil – principalmente, diante do cenário atual, em que o setor é altamente penalizado com as importações desenfreadas, diminuindo a competitividade e prejudicando a economia nacional”.

*INFORMAÇÃO RÁDIO ITATIAIA*