Entidade acionou o Supremo para que lei que validou reajuste de 300% para o governador, vice e secretários seja declarada inconstitucional
O reajuste de até 300% nos salários do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do vice-governador, Mateus Simões (Novo) e dos secretários estaduais, aprovado no início deste ano é alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma ação movida pela Confederação Nacional das Carreiras Típicas do Estado (Conacate) questiona a legalidade da lei que determinou o aumento dos subsídios. O processo tem como relator no STF, o ministro Cristiano Zanin.
A Conacate pretende suspender a Lei 23.314/2023 por violação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). De acordo com o despacho inicial levado à Suprema Corte, há “existência de vício formal sob o argumento de que a Lei não foi precedida de previsão orçamentária, indicando violação a dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Ou seja, para a entidade, a legislação sancionada por Zema é ilegal, já que viola o artigo 169 da Constituição Federal, que determina que as despesas com pessoal “não podem exceder os limites estabelecidos em lei complementar” – ou seja, a LRF
Zema sanciona aumento do próprio salário
O governador Romeu Zema sancionou em 3 de maio deste ano uma lei aprovada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais que reajusta o salário de todo o primeiro escalão do Governo de Minas.
Para o próprio Zema, o aumento é escalonado e vai passar dos atuais R$ 10 mil chegando até R$ 41 mil até 2025. O reajuste é de quase 300%. Para o vice-governador, Mateus Simões, chegará a R$ 37,6 mil e, dos secretários, a R$ 34,7 mil.
À época, o Governo de Minas justificou a necessidade pelo reajuste dos salários se baseando nos rendimentos estabelecidos para os desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) – no caso do governador – e dos deputados estaduais – no caso dos secretários de Estado.
“Para definir os subsídios do Vice- Governador e do Secretário Adjunto de Estado, foi utilizado o percentual de 90% dos valores previstos, respectivamente, para o Governador e para o Secretário de Estado”, disse o governo à época.
Informações – Rádio Itatiaia