Documentos recolhidos durante a Operação Expocampo, deflagrada em 28 de outubro pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, revelaram possíveis irregularidades envolvendo uma empresa de arbitragem contratada pela Secretaria Municipal de Esportes de Campo Florido. A empresa foi aberta nos primeiros dias de 2025 e, pouco tempo depois, passou a emitir notas fiscais referentes a supostos serviços esportivos pagos pelo próprio setor.
As apurações indicam que a empresa estaria ligada a um servidor comissionado da Secretaria de Esportes, que teria utilizado o nome de um familiar para registrá-la. A manobra, segundo as investigações, teria sido empregada para burlar a legislação, já que servidores comissionados são proibidos de contratar diretamente com o município. Também chamou atenção o endereço da empresa, registrado em uma residência sem qualquer estrutura para funcionamento, o que reforça as suspeitas de irregularidade.
O Ministério Público trabalha com a possibilidade de que, caso confirmadas as suspeitas, os envolvidos peculato, quando há desvio de recursos públicos por parte de servidor, conforme o artigo 312; e falsidade ideológica, pela eventual emissão de documentos ou notas fiscais sem prestação real de serviço, como estabelece o artigo 299. Além disso, os fatos podem caracterizar improbidade administrativa e enriquecimento ilícito, caso seja comprovado que houve favorecimento indevido e dano ao erário.
As investigações seguem em andamento, e novas diligências devem aprofundar a participação do servidor, a atuação da empresa e o eventual prejuízo aos cofres públicos. Até o momento, não houve manifestação oficial dos investigados.
