Foram 909 situações nos primeiros seis meses de 2024, quase o mesmo número de todo o ano passado, quando houveram 939 denúncias
Dados obtidos pelo SBT Brasil revelam que, só no primeiro semestre de 2024, o Ibama já recebeu quase o total de denúncias de maus-tratos contra animais do ano passado inteiro.
O tráfico e da venda de animais silvestres se repetem e assustam pela crueldade. Segundo dados obtidos pela produção do SBT Brasil, via Lei de Acesso à Informação, as denúncias bateram um recorde: foram 909 só nos seis primeiros meses de 2024, número que se aproxima do total de denúncias de todo o ano passado, 939, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama.
Se o aumento de denúncias assusta, a denúncia é uma boa notícia. Isso porque o Ibama aponta a maior consciência da população para os problemas do comércio ilegal e de maus-tratos contra animais silvestres. Essa é também a explicação da Polícia Militar Ambiental de São Paulo para uma queda no número de apreensões de animais no estado.
De acordo com a polícia foram registradas 20 mil apreensões de animais no ano passado, enquanto em 2024, foram 9 mil.
No caso dos animais silvestres, em 2023, os policiais recolheram 10 mil animais. Este ano, 4 mil.
“A gente acredita que está havendo mesmo um declínio de apreensões derivado duma conscientização maior da população, porque a gente intensificou nossas ações tanto de educação ambiental quanto de repressão a crimes ambientais”, afirma Luiza Martins, porta-voz da Polícia Militar.
O crime ambiental pode acontecer em muitos locais. A operação acompanhada pelo SBT Brasil foi realizada dentro da comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista. Em uma loja de rações, o dono escondia, nos fundos, a venda clandestina de pássaros silvestres. No total, foram apreendidos sete animais.
A sujeira, a falta de comida e de água também são provas do crime de maus-tratos contra os animais. Por isso, até nove periquitos, espécie que pode ser comercializada, foram levados pelos policiais. Calopsitas que também sofriam maus-tratos foram apreendidas.
“A gente foi dar uma olhada em animais domésticos que estavam sendo vendidos também, como o periquito australiano, calopsita e o próprio coelho e eles estavam em uma situação degradante, de maus-tratos, é só você olhar as imagens e pensar se uma pessoa viveria naquelas condições”, complementa Luiza.
O dono da loja não estava. Ele percebeu a chegada da polícia, foi embora e deixou a filha adolescente sozinha no local. Ele terá que pagar uma multa e responder a um processo por crime ambiental.
SBT News