Pré-candidato tucano afirmou que não é a “escolha da cúpula do PSDB”

 

João Doria (PSDB) anunciou, nesta segunda (23.mai), que desistiu de concorrer à Presidência da República. O ex-governador do estado de São Paulo afirmou que não é “a escolha da cúpula do PSDB”.

“Entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. Me retiro da disputa com o coração ferido, mas a alma leve, com a sensação de dever cumprido”, destacou.

Doria iniciou o discurso de desistência relembrando do exílio político que viveu com seu pai, deputado federal João Doria, que foi cassado em abril de 1964, durante o golpe militar. O ex-governador fez um balanço dos mandatos de prefeito da cidade de São Paulo e da gestão no governo estadual. Além disso, agradeceu a equipe e todos que o apoiaram.

“Fica aqui a minha gratidão aos brasileiros da cidade de São Paulo que me deram mais de 3 milhões de votos e aos quase 11 milhões de votos para o governo do estado de São Paulo. E aos mais de 17 mil militantes do PSDB que me escolheram como candidato à presidente do Brasil. Agradeço também aos mais de seis milhões de brasileiros que nas pesquisas de opinião pública já manifestaram a intenção de votar no meu nome para presidente antes mesmo do começo da campanha eleitoral”, ressaltou.

O ex-governador afirmou ainda que o Brasil precisa de uma outra opção para o cargo de presidente da República. “O Brasil precisa de uma alternativa para oferecer aos eleitores que não querem os extremos. Que não querem aquele que foi envolvido em escândalos de corrupção e nem aquele que não deu conta de salvar vidas, salvar a economia e envergonha o nosso país”, disse.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que mais do que o projeto de uma candidatura, o ex-governador busca construir um projeto para o país. “Uma entrega a democracia, um compromisso com os brasileiros, que vai ser eternamente reconhecido”, disse Bruno sobre a desistência de João Doria.

Bastidores

Pela manhã, Doria se reuniu com o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, e outras lideranças tucanas e aceitou atender o desejo de parte dos caciques do PSDB, abrindo mão da candidatura.

Embora Dória tenha vencido as prévias do partido, em novembro do ano passado, com 53,99% dos votos, contra 44,66% do ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e 1,35% do ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, o ex-governador de São Paulo nunca foi um nome de consenso no ninho tucano. E reconheceu isso durante o pronunciamento.

Em 15 de maio, Doria enviou uma carta ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, para dizer que não desistiria da candidatura. O pré-candidato subiu o tom ao acusar a legenda de “tentativa de golpe”, quando afirmou a possibilidade de judicializar uma escolha que não fosse seu nome.

Oficialmente fora da disputa, João Doria deve se afastar, temporariamente, das articulações políticas e deve ter papel discreto na disputa eleitoral a partir de agora.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *