A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou na manhã desta sexta-feira (12) uma operação para cumprir 17 mandados judiciais contra investigados por crimes praticados contra crianças e adolescentes no ambiente virtual. A ação, segundo informações da Polícia Civil de Uberlândia, ocorre em cidades do Paraná — Curitiba, Colombo, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Jacarezinho e Bandeirantes — e também em Frutal e Uberlândia, em Minas Gerais.
Ao todo, 60 policiais civis participam da operação, que prevê o cumprimento de 11 ordens de busca e apreensão, uma prisão temporária e cinco prisões preventivas. Em Minas Gerais, as diligências foram feitas com o apoio das polícias civis locais. Entre as condutas investigadas aparecem estímulo à automutilação por meio virtual, produção, compartilhamento e armazenamento de material de abuso sexual infantojuvenil, aliciamento de crianças, estupro de vulnerável por meio virtual e sextorsão.
A operação integra a terceira edição da ação — as duas fases anteriores, realizadas em março e outubro do ano passado, resultaram na prisão de seis pessoas envolvidas em crimes similares, segundo registros anteriores da investigação. Delegado Thiago Soares afirmou que “o objetivo da operação em todas as suas edições é a repressão qualificada e a prevenção a estes crimes praticados na internet. Os alvos desta sexta-feira não têm relação entre si, mas figuram em inquéritos policiais que estão sendo conduzidos pela PCPR.”
A ação também prendeu, em Uberlândia, um homem de 22 anos — a captura foi efetuada de forma preventiva durante o cumprimento de um mandado de prisão e um mandado de busca e apreensão. Segundo as informações locais, os materiais apreendidos serão encaminhados à perícia para análise técnica, etapa essencial para identificar vítimas e demais envolvidos.
Autoridades ressaltam que a investigação reúne dados técnicos e periciais para rastrear autores que usam recursos digitais para ocultar crimes; as operações ocorrem em conjunto com setores especializados, como as coordenações de repressão a crimes cibernéticos. A chamada “Operação Anjos da Guarda” tem registros de fases anteriores conduzidas por órgãos federais e estaduais voltadas ao combate ao armazenamento e compartilhamento de material de abuso infantil na internet, o que mostra que ações coordenadas sobre esse tipo de crime têm sido frequentes no país.
Em alguns dos inquéritos que motivaram os mandados desta sexta-feira, as vítimas foram coagidas a produzir e partilhar conteúdos pornográficos sob ameaça de exposição; em outros, foi identificado que os suspeitos estimulavam menores a praticarem automutilação. “Os criminosos podem pensar que estão escondidos e impunes no ambiente virtual, mas isso não é verdade. A polícia dispõe de meios para investigar, identificar e rastrear autores de crimes na internet”, afirma delegado Thiago Soares.