Planalto, Congresso e Supremo foram invadidos e tiveram danos generalizados

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta 6ª feira (20.jan), a primeira fase da operação “Lesa Pátria”. Foram expedidos oito mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal.

O objetivo, segundo a PF, é “identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por grupo que promoveu violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições”.

Sinal de alerta ligado para alguns empresários da cidade de Uberlândia.

As diligências foram ordenadas pelo Supremo Tribunal Federal — que apura os atos antidemocráticos. Os agentes estão cumprindo os mandados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Entre os presos está Ramiro Caminhoneiro, que aparece em vários vídeos e grupos em que bolsonaristas foram convocados a participar dos ataques contra os três Poderes. Ele foi preso em São Paulo.

Ramiro Junior foi um dos presos na operação Lesa Pátria | Reprodução

Ramiro Junior é filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e foi candidato a deputado federal por São Paulo nas últimas 2022. Em sua residência foi apreendida uma bandeira com ataques aos Três Poderes.

Renan Silva foi detido pelos agentes da Polícia Federal | Reprodução

Também foi preso Renan Silva Sena, conhecido bolsonarista, que trabalhou no governo, e protagonizou episódios de agressão verbal e incitação ao ódio. Foi ele que no auge da pandemia da covid-19, em 2020, xingou duas enfermeiras na Esplanada, durante ato pelo isolamento social. Já foi detido também por vídeo com ofensas contra autoridades e contra o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB).

Renan Sena foi preso em Brasília e com ele foram apreendidos R$ 22 mil em dinheiro vivo. Ele usou as redes sociais para convocar os atos golpistas. Em um vídeo feito no acampamento dos golpistas em frente ao quartel do Exército em Brasília, dois dias antes da invasão dos Três Poderes, ele cita a “grande ação neste fim de semana [8 de janeiro]”.

Entre os presos, também está Randolfo Dias | Reprodução

Randolfo Antônio Dias foi preso em BH, Minas, é suspeito de incitar atos violentos e ações ilegais, como paralisação de refinarias e rodovias e enviou áudios falando sobre a morte do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.

Apoiadora de Bolsonaro, Soraia Bacciotti é suspeita de incitar atos golpistas | Reprodução

Soraia Bacciotti foi presa em Mato Grosso do Sul. Atuava em auxílio dos atos golpistas e trabalhou na campanha do candidato ao governo do estado Capitão Contar (PRTB), apoiado por Bolsonaro.

A operação é parte da investigação dos possíveis “crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informou a PF. A defesa dos detidos ainda não falou sobre as prisões. O SBT News segue com espaço aberto para manifestação.

Última Patrulha

A PF também cumpriu oito mandados de busca e apreensão nesta 6ª feira (20.jan), no Pará. A Operação Última Patrulha tem como alvos seis golpistas suspeitos de aderir, coordenar ou financiar os atos de destruição em Brasília.

Eles teriam auxiliado na estrutura para envio de golpistas para o Distrito Federal. A Operação Lesa Pátria foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal. A Operação Última Patrulha foi autorizada pela 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Pará.