Presidente disse que espera que “não haja interferência do Judiciário”; assunto é analisado pela Corte
O presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta 2ª feira (27.dez) que não irá vacinar Laura, sua filha mais nova, de 11 anos, e que espera que o Judiciário não interfira na decisão do Ministério da Saúde sobre vacinação infantil.
“Espero que não haja interferência do Judiciário. Espero. Porque minha filha não vai se vacinar. Deixar bem claro. Tem 11 anos de idade”, declarou Bolsonaro, após chegar a São Francisco do Sul, em Santa Catarina, onde passará o réveillon.
A conduta do governo em relação à vacinação infantil é analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Ricardo Lewandowski, inclusive, determinou que o Ministério da Saúde esclareça, até 5 de janeiro de 2022, se as crianças estarão incluídas ou não no plano nacional de vacinação.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Contudo, Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, resistem em avançar com a vacinação, com o argumento de que há “desconfiança” sobre os supostos efeitos colaterais.
Uma nota técnica assinada pela secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo, e enviada à Corte, contrariou justamente essas declarações do presidente da República e informou que a vacina infantil é segura.
“Antes de recomendar a vacinação [contra a] covid-19 para crianças, os cientistas realizaram testes clínicos com milhares de crianças e nenhuma preocupação séria de segurança foi identificada”, disse a secretária. O documento foi enviado ao Supremo no último dia 19.
Rosana ainda defendeu a análise técnica da Anvisa e afirmou que ela é feita de “forma rigorosa e com toda a cautela necessária”: “As vacinas covid-19 estão sendo monitoradas quanto à segurança com o programa de monitoramento de segurança mais abrangente e intenso da história do Brasil”.
SBT NEWS