Estudo divulgado pela Abrace Energia mostra que o custo nacional é dez vezes menor que o dos americanos

O Brasil está no topo de um ranking que mede o peso da conta de luz no bolso de consumidores locais, em comparação com 33 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Na média, o brasileiro compromete 4,54% da sua geração de riqueza anual com o pagamento da tarifa residencial. É o maior valor, bem acima do apurado para nações europeus, como Espanha (2,85%), Alemanha (1,72%) e Luxemburgo (0,35%) – país em que a energia tem o menor peso sobre renda no grupo analisado.
O ranking foi elaborado pela Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres). Segundo especialistas, impostos, taxas, encargos, subsídios, subvenções são os vilões do alto preço da energia brasileira.
Para o presidente da Abrace Energia, Paulo Pedrosa, outro problema é o baixo aproveitamento do potencial energético que temos por aqui. “É muito contraditório. Nenhum país tem a nossa condição: de sol, vento, rios que podem ter hidrelétricas. Um grande sistema interligado nacional. Terra disponível pra fazer projetos. Então nos teríamos condição de ter uma energia limpa, barata, segura e justa”, analisa Pedrosa.
E na tentativa de tornar o acesso mais justo, a Agência Nacional de Energia Elétrica criou a Tarifa Social, para a população de baixa renda. Hoje, cerca de 16 milhões de famílias não pagam pela luz ou têm desconto de até 65 por cento. Dez milhões – que poderiam ser beneficiadas – ainda estão de fora.
“Tem que estar escrito no cadastro único, tem que ser beneficiário das políticas públicas do governo, ter uma renda familiar menor que meio salário mínimo”, diz Camila Bonfim, superintendente Aneel. “Não é todos que se enquadram nas regras da tarifa social. E é uma regra única pro Brasil inteiro.”, completa.
SBT News