(Imagem: Valter França/COB)

“A equipe está muito competitiva”. Foi assim que o chefe da delegação brasileira, Sérgio Santos, definiu o resultado do país no evento-teste dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, em Odaiba. Neste domingo, 18, no último dia de provas, a equipe formada Luísa Baptista, Kauê Willy, Vittoria Lopes e Manoel Messias encerrou sua participação com o segundo melhor resultado das Américas no revezamento misto: 12ª posição. Antes, as mulheres já haviam conseguido bons resultados na elite feminina: Vittoria foi a 4ª e Luísa, a 11ª, somando pontos que as deixam perto da classificação para os Jogos Olímpicos.

Em uma prova marcada pelo forte calor, que resultou no abandono de quatro equipes, os triatletas brasileiros mostraram estar prontos para encarar a elite mundial nos grandes eventos, sobretudo na prova que estreia no programa olímpico em Tóquio.

“Começamos a competir juntos no ano passado e já dá para ver a nossa evolução como equipe. Estudamos os pontos fortes e fracos de cada um, e estamos cada vez mais entrosados. Acredito que estamos no caminho certo”, disse Vittoria.

“Fomos muito competitivos e ficamos o tempo todo bem posicionados no grupo. Teve uma hora em que os húngaros nos olharam e perguntaram: ‘Brasil?’. Sim, nós estamos em um bom nível. Ainda somos jovens e, talvez não no ano que vem, mas em 2024 vamos ter uma equipe muito forte e brigando por medalha”, disse Luísa, que iniciou a prova para o Brasil, completando o percurso com 22.29, o sétimo melhor tempo na passagem.

Depois, Kauê Willy fez 21.23, seguido por Vittoria Lopes (23.54) e Manoel Messias (22.01), que largou às 9h10 (horário de Tóquio) com os termômetros marcando 35°C. A soma dos tempos dos brasileiros foi 01:29.47. Um resultado positivo principalmente para os homens, que não concluíram a prova individual, dois dias antes.

“Eu me senti muito mal na natação, meio travado, e acabei saindo da água com uma diferença muito grande para os líderes. Acabei desistindo no ciclismo porque sabia que seria um desgaste muito grande para o revezamento. Preferi me poupar para dar o meu melhor hoje”, contou Messias, que destacou a importância de participar do evento-teste. “Já ficamos sabendo como vai ser, quais são as condições e qual é a preparação específica necessária para nos sairmos bem nos Jogos Olímpicos”.

A campeã do revezamento misto foi a França, que superou a Grã-Bretanha em um final emocionante, decidido nos milésimos de segundos. Tanto é que ambas concluíram a prova com o tempo de 01:26.33. Os Estados Unidos completaram o pódio (01:27.09).

O bom resultado no evento-teste vem logo depois de uma campanha histórica nos Jogos Pan-americanos, em que os triatletas brasileiros conquistaram quatro medalhas: dois ouros (revezamento misto e Luisa Baptista) e duas pratas (Vittoria Lopes e Manoel Messias).

“Pela preparação realizada, os atletas disponíveis e o nível esportivo, sabíamos que tínhamos condições de fazer uma grande campanha no Pan. Só não conseguimos um dos ouros (elite masculina), e isso nos deixou muito felizes. Além das medalhas, fica o indicativo de que podemos ser otimistas para o futuro: essa é uma equipe muito jovem, com uma grande perspectiva para os próximos anos”, disse Sérgio, que ainda apontou mais um objetivo para a seleção brasileira de triatlo neste ano: a final do Circuito Mundial, em Lausanne (Suíça), entre 29 de agosto e 1º de setembro.

COB

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *