Um dos personagens extracampo da vitória da Bélgica sobre o Brasil por 2 a 1, na sexta-feira, em Kazan – resultado que eliminou a Seleção Brasileira da Copa do Mundo da Rússia –, o ex-jogador francês Thierry Henry será mais uma vez atração na semifinal do Mundial. Assistente técnico do espanhol Roberto Martínez, o algoz do Brasil em 1998 estará frente a frente com a seleção de seu país amanhã, às 15h (de Brasília), em São Petersburgo, quando os belgas decidem com a França a primeira vaga na final.
Em Kazan, Henry levou a melhor sobre o Brasil pela terceira vez em 20 anos. Em 1998, ele era um jovem atacante no time que tinha como volante marcador Didier Deschamps, atual técnico da Seleção Francesa – assumiu o cargo em 2012. Mesmo sendo um dos mais novos daquele grupo, Henry marcou três gols e terminou a Copa disputada em seu país como o maior goleador dos anfitriões. Oito anos depois, nas quartas de final do Mundial da Alemanha’2006, Zidane bateu falta na segunda trave e o camisa 12 surgiu atrás da defesa brasileira, livre, para empurrar a bola para o gol de Dida e decretar o 1 a 0.
A vitória da Bélgica sobre o Brasil na sexta-feira teve grande contribuição de Henry. Ele foi contratado como auxiliar de Martínez e tem ajudado, especialmente, o atacante Romelu Lukaku na parte tática e psicológica. Discípulo de Pep Guardiola, de quem foi jogador por uma temporada no Barcelona, Henry tem orientado o belga de ascendência congolesa, que ainda não marcou no mata-mata do Mundial da Rússia, mas teve movimentação fundamental para os gols que garantiram os belgas na semifinal.
No terceiro gol da virada sobre o Japão, Lukaku corre em diagonal, abrindo espaço para o contra-ataque, e faz corta-luz para Chadli fazer o terceiro na vitória por 3 a 2. Contra o Brasil, Lukaku pega a bola na defesa, dá uma meia-lua em Fernandinho e passa para De Bruyne chutar forte, de fora da área. “Henry entende a cabeça do atacante e me ensinou muitas coisas. Evoluí no senso de posicionamento e nas finalizações”, disse Lukaku, antes da partida contra o Brasil.
ÍDOLO Henry é ídolo e maior artilheiro da história da Seleção Francesa, com 51 gols. Terminou em segundo lugar na eleição de jogador do mundo por duas vezes, em 2002 e 2003. Na primeira, ficou atrás de Ronaldo, um dos seus ídolos, com quem trocou camisetas depois da final da Copa do Mundo’1998. “Os franceses o conhecem, sabem que foi um grande jogador, um ícone do futebol. Agora, é o segundo treinador da Bélgica, espero que não nos derrote”, brincou o lateral-esquerdo dos Bleus, Lucas Hernández.
Depois de levar a França ao inédito título em 1998, Henry tenta ajudar a Bélgica a chegar à primeira decisão de sua história. Em 1986, os belgas foram até a semifinal no México, mas acabaram derrotados pela futura campeã, Argentina. Já Deschamps tenta entrar para o seleto grupo de campeões mundiais como jogador e treinador, feito alcançado apenas por Zagallo (ergueu a taça com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962 como atleta e em 1970 como técnico) e do alemão Franz Beckenbauer – como jogador em 1974 e em 1990 como comandante da Mannschaft.
Campeões do outro lado
» Didi
Bicampeão com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962, Didi foi o técnico do Peru na Copa do México’1970, quando teve que enfrentar o Brasil, de seu ex-companheiro do bi, Pelé, na primeira fase, no Estádio Jalisco. O Brasil, que se sagraria tricampeão, venceu por 4 a 2.
» Jack Charlton
Irmão mais velho do craque Bobby Charlton, o ex-zagueiro, campeão mundial com a Inglaterra em 1966, dirigiu a Irlanda nas Copas de 1990 e 1994. Na primeira, na Itália, encarou o English Team logo na estreia e conseguiu arrancar empate por 1 a 1.
» Ricardo Lavolpe
Campeão pela Argentina no Mundial de 1978, Lavolpe comandou o México na Alemanha’2006 e acabou sendo eliminado pela albiceleste com derrota por 2 a 1, nas oitavas de final.
» Klinsmann
Considerado um dos maiores atacantes da história da Alemanha, Klinsmann levou a Seleção Germânica ao título em 1990. Na Copa de 2014, encarou seu país à frente dos Estados Unidos e perdeu por 1 a 0.
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