(Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

A queda para a Série B do Campeonato Brasileiro aconteceu há mais de um mês, mas o Cruzeiro está longe de ter um planejamento definido para a temporada, que é cercada de dificuldades. A estreia no Estadual contra o Boa Esporte, quarta-feira que vem, no Mineirão, está batendo na porta. Porém, faltando uma semana para o primeiro jogo no ano, o técnico Adilson Batista ainda não consegue desenhar uma equipe titular nos treinamentos.

No dia a dia da Toca da Raposa é possível enxergar as indefinições e um clube “sem voz”. Desde a reapresentação do elenco, no dia 6 de janeiro, o zagueiro Léo foi o único atleta que concedeu entrevista coletiva. O jogador falou com a imprensa no dia 10, após aceitar a redução salarial.

O restante do elenco ainda não conversou com os jornalistas por um motivo: falta de definição sobre continuidade no clube. Nem todos os atletas acertaram a redução salarial para seguir no Cruzeiro no ano.

As indefinições são vistas também na diretoria, o que atrapalha qualquer esboço de planejamento. Os empresários Vittorio Medioli e Pedro Lourenço, nomes que surgiram como “salvadores” no Núcleo Dirigente Transitório, em dezembro, deixaram a Raposa neste mês. Alexandre Mattos, que veio para ajudar no processo de reconstrução em cerca de 60 dias, não durou uma semana.Diante deste cenário, atualmente é difícil denominar alguém como “homem-forte” do Cruzeiro. Saulo Fróes, presidente do Núcleo Dirigente Transitório, Dalai Rocha, presidente em exercício do Cruzeiro, e Ocimar Bolicenho, diretor de futebol, contratado há duas semanas, são os responsáveis, neste momento, em colocar a casa em ordem.

Estádio

O Cruzeiro não definiu nem mesmo sua principal casa para jogos da temporada. Dirigentes do clube fizeram reuniões, neste mês, com gestores do Mineirão e do Independência para avaliar qual estádio possui o melhor custo-benefício para mandar as partidas em 2020.

O que se sabe é que os primeiros duelos da Raposa no Estadual como mandante acontecerão no Gigante da Pampulha. Mas o palco do Cruzeiro para o restante da temporada ainda está indefinido.

Adidas

As dúvidas no time celeste atingiram até mesmo a fornecedora de material esportivo. A Adidas, empresa que fechou parceria com o Cruzeiro no ano passado, ainda na gestão de Wagner Pires de Sá, esteve ameaçada de não continuar no clube. Isso porque o Conselho Gestor da Raposa analisou que o contrato apresentado traz pouco lucro para a equipe estrelada. Novos encontros estão agendados entre a empresa e a agremiação para definir mudanças na parceria.

Dívidas exorbitantes

O atual prefeito de Betim e ex-CEO do Cruzeiro, Vittorio Medioli, deixou o cargo que tinha no clube no último dia 5, mas continua preocupado com a saúde financeira da Raposa. Ontem, ele divulgou um vídeo em que afirma que a dívida dos celestes chegaria a R$ 1 bilhão, e não R$ 800 milhões, como apontou o balanço feito pela nova gestão da agremiação.

“Numa situação catastrofista, como é o Cruzeiro, a cada dia aparecem mais dívidas. A última conta vai chegar a R$ 800 milhões. Lá, foi feito um Refis (Programa de Recuperação Fiscal), que se chama Profut, mas tem três anos que não o pagam. E para renovar (o Profut) é preciso mais R$ 200 milhões. Dentro dos R$ 800 milhões que estão falando, como não tem esses 200 milhões, a dívida vai para R$ 1 bilhão”, disse Medioli

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