Uruguaio Arrascaeta marcou o gol do empate cruzeirense aos 38 da etapa final, depois de falha de Thiago Fonte: Ramon Lisboa/E.M/D.A. Press

Tudo igual na primeira partida da decisão da Copa do Brasil, disputada nesta quinta-feira, no Maracanã. Depois de fazer primeiro tempo apagado e melhorar na etapa final, o Cruzeiro superou um erro de arbitragem para obter bom resultado no confronto de ida da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. Aos 30min do segundo tempo, o meia Lucas Paquetá, improvisado no ataque, estava em posição de impedimento quando abriu o placar para o rubro-negro. O árbitro Marcelo Aparecido de Souza e seus assistentes validaram a jogada. Foi aí que o técnico Mano Menezes recorreu ao camisa 10. Arrascaeta entrou em campo aos 34min no lugar de Thiago Nevese precisou de poucos toques na bola para mostrar seu poder de decisão. O drible da lateral para o meio, o passe em direção a Hudson e o sentimento de que sempre é preciso acreditar na falha do goleiro foram determinantes. O uruguaio se aproveitou de rebote de Thiago, após chute de fora da área, e concluiu para as redes: 1 a 1.

A decisão está aberta para o confronto de volta, que acontecerá às 21h45 do dia 27 (quarta-feira), no Mineirão. Na última fase da Copa do Brasil não existe a vantagem para equipes que fazem gols na condição de visitante. Assim, um novo empate leva o duelo para os pênaltis. Para conquistar o pentacampeonato, o Cruzeiro terá de vencer diante de sua torcida, que promete fazer grande festa no Gigante da Pampulha. A carga de ingressos deverá ser esgotada pelos sócios do futebol.

No próximo domingo, às 19h, os dois times entram em campo pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro, sexto colocado com 31 pontos, visitará a Chapecoense na Arena Condá, em Chapecó. O Flamengo, que está em quinto, com 35, jogará contra o Botafogo no Engenhão, no Rio de Janeiro.

Primeiro tempo morno

Os “mistérios” adotados pelo flamenguista Reinaldo Rueda e o cruzeirense Mano Menezes foram desvendados uma hora antes do jogo. No lado rubro-negro, o goleiro Thiago venceu a disputa com o contestado Alex Muralha e o meia Lucas Paquetá atuou improvisado no ataque em função da suspensão do peruano Paolo Guerrero. Na equipe azul, a experiência de Rafael Sobis prevaleceu na escolha do centroavante. Raniel ficou na reserva.

Pela importância de uma decisão de Copa do Brasil, esperava-se um Flamengo x Cruzeiro movimentado e com as duas equipes dispostas a buscar o gol. Mas o primeiro tempo foi morno. Em determinado momento, parecia amistoso – a exemplo da campanha promovida pelos clubes nas redes sociais. A Raposa chutou apenas duas vezes. Na primeira, aos 6min, Thiago Neves arriscou de longe e mandou por cima, sem perigo. Depois, aos 8min, Alisson até teve boas condições para concluir, mas bateu fraco nas mãos de Thiago. No mais, o time celeste falhou muito nas jogadas de transição e errou passes de cinco metros no meio-campo. Sorte é que o adversário também falhava quando recuperava a bola.

Depois de monotonia e sonolência, o Flamengo assustou aos 26min. Em bola levantada por Diego, Willian Arão subiu mais que Murilo e desviou de cabeça. Fábio pulou no canto direito e espalmou. O lance animou o rubro-negro, que passou a controlar a posse de bola, tendo mais de 60% de domínio. Só que essa superioridade não foi convertida em ataques perigosos. O goleiro celeste pegou facilmente os chutes de Berrío, aos 28min, e Diego, aos 37min. O Fla insistiu muito em avanços pelas beiradas e não teve sucesso. A defesa cruzeirense se virou para afastar os cruzamentos e segurou o 0 a 0.

Arrascaeta sai do banco e garante empate

No segundo tempo, as equipes entraram mais ligadas. Apesar de a qualidade técnica do espetáculo não ter melhorado tanto, a disposição era maior. Aos 12min, o Cruzeiro quase abriu o placar. Diogo Barbosa levantou a redonda para a área, Alisson desviou e Thiago fez boa defesa. Já com Raniel no lugar de Rafael Sobis, a Raposa melhorou a troca de passes no campo de ataque. Só faltava arriscar mais nas finalizações.

Já o Flamengo, que seguia insistente nos ataques pelos lados de campo, obrigou Fábio a fazer boas defesas aos 26min. Primeiro, em chute cruzado de Berrío. Em seguida, numa finalização rasteira de Willian Arão.

O camisa 1 cruzeirense parecia intrasponível. Aos 30min, ele voltou a brilhar, num chute violento de Rever após cobrança de escanteio. Mas no rebote não teve jeito. Lucas Paquetá, que estava em posição de impedimento quando Arão desviou a bola, dividiu com Hudson e levou a melhor. Com gol irregular, o Flamengo enlouquecia sua torcida e inaugurava o placar: 1 a 0.

Mano Menezes tinha a última cartada no banco de reservas. Recorreu a Arrascaeta, camisa 10 do time. Aos 38min, o uruguaio fintou Everton e tocou para Hudson, que arriscou de fora da área. Thiago, goleiro do Flamengo, falhou. Deu rebote quando não podia. Arrascaeta, por sua vez, mostrou-se esperto. Acreditou na jogada, aproveitou-se do vacilo da zaga do Flamengo – que pediu impedimento inexistente – e chutou rasteiro com a meta escancarada: 1 a 1. Num contra-ataque já nos acréscimos, Robinho teve a chance da virada, porém chutou para fora.

FLAMENGO 1X1 CRUZEIRO

FLAMENGO

Thiago; Rodinei (Vinícius Júnior, aos 14min do 2ºT), Réver, Juan e Pará; Márcio Araújo (Cuéllar, aos 21min do 2ºT), Willian Arão, Diego, Berrío e Everton; Lucas Paquetá (Gabriel, aos 37min do 2ºT)

Técnico: Reinaldo Rueda

CRUZEIRO

Fábio; Ezequiel, Leo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson, Robinho e Thiago Neves (Arrascaeta, aos 34min do 2ºT); Alisson (Rafinha, aos 28min do 2ºT) e Rafael Sobis (Raniel, aos 13min do 2ºT)

Técnico: Mano Menezes

Gols: Lucas Paquetá, aos 30min do 2ºT (FLA); Arrascaeta, aos 38min do 2ºT (CRU)

Cartões amarelos: Everton, aos 44min do 2ºT (FLA); Rafael Sobis, aos 10min, Arrascaeta, aos 44min, Raniel, aos 48min do 2ºT (CRU)

Motivo: jogo de ida da final da Copa do Brasil

Local: Maracanã, no Rio de Janeiro

Data: quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (SP/CBF)

Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho (SP/CBF) e Bruno Salgado Rizo (SP/CBF)

Assistentes adicionais: José Cláudio Rocha Filho (SP/CBF) e Ilbert Estevam da Silva (SP/CBF)

Pagantes: 56.135

Presentes: 66.165

Renda: R$ 7.039.230,00

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