Casa cheia, emoção, nervos à flor da pele. Ingredientes clássicos de uma final de Superliga Masculina de Vôlei. Foi assim que o Cruzeiro conquistou o hexacampeonato na competição, na manhã deste domingo, frente ao Sesi, por 3 sets a 2 (25/16, 17/25, 25/22, 23/25, 22/20), diante de um Mineirinho lotado, recebendo mais de 14 mil torcedores. Foi a oitava decisão consecutiva do time celeste, que teve Uriarte como melhor em quadra.

Os números da Raposa são cada vez mais impressionantes. Desde 2010, o time celeste disputou 39 campeonatos, chegando a 35 finais e faturando 31 títulos. Na Superliga, a equipe do técnico Marcelo Mendez ficou com o título também em 2012, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018. Além do técnico Marcelo Mendez, o ponteiro Filipe e o líbero Serginho também estiveram em todos os seis títulos nacionais da equipe. O torneio com a nomenclatura ‘Superliga’ foi criado em 1994.

Agora, o Cruzeiro é o maior campeão isolado, seguido por Minas e Florianópolis, que possuem quatro títulos. O Sesi tem um troféu nacional. Se forem levados em conta todos os torneios nacionais de voleibol a partir de 1976, o Minas é o maior campeão, com sete taças, seguido pelo Cruzeiro, que ficará a uma conquista de igualar o rival.

O Campeonato Brasileiro de Clubes de Vôlei foi realizado entre 1976 e 1987. De 1988 até 1994, o principal torneio do país teve o nome de Liga Nacional de Voleibol. Dos seis troféus disputados na temporada, o Cruzeiro conquistou cinco, ficando pelo caminho apenas no Mundial de Clubes, na qual a agremiação ficou em terceiro lugar. A equipe celeste faturou o octacampeonato Mineiro, o tricampeonato da Supercopa e da Copa Brasil, além do pentacampeonato Sul-Americano.

Quem também fez bonito neste domingo foi a torcida. Os cruzeirenses deram um show à parte nas arquibancadas do Mineirinho, protagonizando um espetáculo memorável, sendo os combustíveis do time celeste quando precisava. Ao todo, foram mais de 14 mil torcedores. Os ingressos foram esgotados na quinta-feira. O público chegou cedo ao ginásio nesta manhã para aproveitar cada instante da decisão.

O jogo 

O Cruzeiro começou a partida errando ataque e com isso o Sesi abriu 1/3 no placar. Mas aos poucos a Raposa se acertou, brilhando na recepção e no embalo de Leal no bloqueio, virou a parcial em 6/3. Leve em quadra, explorando a defesa adversária e quebrando a linha de passe do Sesi com o saque, a Raposa abriu vantagem de 13/6. O time paulista esboçou uma reação ao diminuir a diferença para três pontos, mas acabou pecando nos ataques e parando nos blocks da equipe celeste, que não teve dificuldade em fechar o primeiro set em 25/16.

O começo da segunda parcial começou franco, com as equipes trocando ponto a ponto, até que o Sesi começou a se aproveitar dos erros de ataque do Cruzeiro, além de um ace de Douglas Souza. Com isso, o time paulista abriu 6/9 no placar.

E a diferença seguiu aumentando. Alan causava estrago no saque, ao contrário da Raposa, que pecou no fundamento. Nessa altura, o placar já apontava 10/17 e o grito de ‘vamos virar zeiro’ já entoava na arquibancada do Mineirinho. Mas o time celeste seguiu irreconhecível na parcial e Douglas Souza empatou a partida em 1 a 1, fechando o segundo set em 25/17.

Quem abriu vantagem no terceiro set foi o Sesi (6/8), já que o Cruzeiro estava pecando na recepção e Evandro tinha dificuldades para transpor o ‘paredão vermelho’. Os erros celestes permaneciam e o Sesi cada vez mais se distanciava no placar. Mas a torcida ‘comprou a briga’ do time celeste e mais de 14 mil vozes empurraram o time para virar a parcial em 17/16. Os mandantes ganharam gás e seguiram administrando o resultado, até a equipe paulista errar o ataque, fazendo com que a agremiação estrelada fechasse o set em 25/22, fazendo 2 sets a 1.

Assim como na terceira parcial, o Cruzeiro iniciou o quarto set na desvantagem. O Sesi afiou o bloqueio abriu 3/7 no placar. Mas embalado pela experiência de Filipe e pelas mãos pesadas de Isac e Leal, o Cruzeiro buscou o resultado e empatou em 17/17, fazendo o Mineirinho explodir. Pelo lado adversário, Alan não deixava o time paulista ficar em desvantagem no placar. A parcial terminou em polêmica: para os jogadores da Raposa, houve toque na rede do Sesi, mas o desafio não acusou infração o set fechou em 25/23 para os visitantes, levando a partida ao tie-break.

Os centrais do Cruzeiro roubaram a cena no início do quinto set. Teve bloqueio e ace de Simón e Isac ‘fechando a porta’ aos adversários. Com isso, a Raposa abriu 5/1 logo de cara. Mas o Sesi teve ímpeto para encostar no placar (6/5). A partir daí a parcial foi franca. Ponto aqui, ponto ali. A reta final foi ficando emocionante. O placar mostrava 20/20, parecia um set comum de 25 pontos. Até que a bola veio de xeque para Simón cravar no chão e garantir o hexa celeste, com 22/20 na parcial e 3 sets a 2.

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