Os cerca de R$ 140 milhões que o Atlético “gastou” com reforços para montar o time para a temporada 2020 paga a existência do Tombense, que custa cerca de R$ 7 milhões por ano e iniciou sua trajetória no Profissionalismo em 2000. A diferença financeira, logicamente, provoca um abismo técnico, pois enquanto o Galo briga nas cabeças da Série A, o Gavião Carcará pedala no Grupo B da primeira fase da Série C.
Este é o enredo da decisão do Módulo I, que começa nesta quarta-feira (26), às 21h30, no Mineirão. O campeão será conhecido no próximo domingo (30), também no Gigante da Pampulha, em partida que começa às 16h.
As duas partidas serão em Belo Horizonte porque o estádio de Tombos, o Almeidão, não tem estrutura para receber a tecnologia do VAR, usada no Estadual desde as semifinais, que também já foram na capital apesar de um dos duelos ser Tombense x Caldense.
Responsabilidade
“O que vier agora é lucro. A responsabilidade de ganhar é do Atlético. Além de todas as diferenças, estamos jogando as duas partidas na casa deles”. A frase de Lane Gaviole, presidente do Tombense, mostra como o clube encara a sua primeira final no Módulo I.
Dono da melhor campanha no torneio até agora, o Gavião Carcará, que já é Campeão do Interior, vive seu momento mais especial na elite do Campeonato Mineiro, que disputa desde 2013 de forma ininterrupta.
E a condição não é obra do acaso. “O Tombense hoje é o clube que tem mais estrutura física e financeira no interior mineiro. Nossas contas estão em dia, um CT de alto nível, um estádio pequeno, mas bom, o melhor salário do interior, até porque, para trazer o jogador para Tombos, é preciso pagar um pouco mais”, afirma Gaviole.
Toda essa estrutura gera um custo mensal em torno de R$ 600mil, por volta de R$ 7 milhões por temporada, 20 vezes menos do que foi investido na formação do atual grupo atleticano.
Esperança
Apesar da diferença, Lane deposita sua confiança no fato de ser futebol: “dentro do campo, é diferente. Quem sabe a gente joga 120% e eles só 30%? Ganhamos do Atlético no Independência quando ninguém ganhava, em 2014. Buscamos vaga na semifinal em 2015 virando em cima do Cruzeiro, dentro do Mineirão”.
Realmente o futebol é o esportivo coletivo onde mais surpresas acontecem. E seria uma das maiores da história, sem dúvida, o Tombense, com um orçamento mensal que é cerca da metade do salário de Jorge Sampaoli, derrotar o poderoso Atlético na decisão do Campeonato Mineiro de 2020.
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